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SPCine

Circuito SPCine leva cinema de graça à periferia

A estudante de pedagogia Viviane Ferreira, de 38 anos, quando queria levar as filhas ao cinema, gastava uma média de R$ 200, com ingressos, pipoca e alguma refeição pós-sessão. Devido ao gasto, esse acabava sendo um passeio que não podia ser repetido com frequência.

A poucos minutos de sua casa, entretanto, está o Centro de Formação Cultural Cidade Tiradentes, onde há uma sala de projeção do Circuito SPCine. “Eu sempre passava em frente, mas tinha receio de ter filmes que não agradassem a mim ou minha filhas”, conta.

Certo dia, resolveu arriscar. A sessão escolhida era de “Cada um na sua casa”, produção da DreamWorks, que acabara de sair dos circuitos comerciais de cinema. “De imediato já adoramos e começamos a frequentar”, lembra.

À época, Viviane trabalhava como babá de cerca de dez crianças, das quais tomava conta em sua casa. As idas ao cinema passaram a se tornar frequentes e reunia toda a criançada para assistir a algum filme à tarde. “Quase ninguém por aqui conhecia as sessões de cinemas — e são gratuitas! As crianças que ficavam comigo começaram a pedir para os pais as levarem também”, diz.

Viviane já chegou a assistir a dois filmes no mesmo dia, um com as crianças e outro, depois, com o marido. “Meu marido gosta mais de filmes de ação. Eu, mais de suspense. Mas na programação tem sempre gêneros que agradam a ele, a mim e às crianças”, afirma. Só no mês de abril, 10.441 assistiram a alguma sessão do Circuito SPCine. Por mês, o projeto realiza uma média de 100 exibições.

Cinema para todos

Iniciado em 2016, o Circuito SPCine tem como missão democratizar o acesso ao entretenimento audiovisual, expandindo a barreira geográfica do centro em direção a todas as regiões da Capital paulista. São 20 salas com programação semanal, sendo cinco em centros culturais e 15 presentes em Centros Educacionais Unificados (CEUs).

“Todos os CEUs têm auditórios/teatros, mas não são todos que comportam a estrutura de projetor e áudio de cinema. O que fizemos foi aproveitar a capilaridade desses espaços. Verificamos pontos estratégicos que tinham como receber equipamentos de projeção e áudio de cinema”, explica Márcia Scapaticio, coordenadora de difusão do Circuito SPCine.

Scapaticio ressalta que não são usados dispositivos amadores para reprodução de DVDs. “Prezamos pela qualidade para os frequentadores terem a experiência de cinema”, afirma. Todos os filmes são negociados diretamente com as distribuidoras, que enviam para o Circuito os mesmo arquivos exibidos nas salas comerciais.

Sala no CEU Perus – Crédito: Divulgação

 

A programação também é pensada conforme o perfil de cada sala. “Queremos que as pessoas sejam inseridas no circuito de cinemas. Se elas escutam falar de “Avatar”, “Velozes e Furiosos”, vão querer vê-los também. Os filmes que passam nas salas dos shoppings em algum momento vamos tentar exibi-los”, explica.

Em algumas salas, como a que fica na Biblioteca Roberto Santos, no Ipiranga, com acervo especializado em cinema, o Circuito privilegia produções menos comerciais. Recentemente, por exemplo, foram exibidos “Tár” e “Entre Mulheres”. O projeto ainda abre espaço para filmes que tenham relação com as comunidades locais.

Na semana em que se comemorou o Dia dos Povos Originários, houve uma sessão do filme “Para’í”, de Vinicius Toro. Como parte das filmagens aconteceu na região da Vila Jaraguá, onde fica o CEU Vila Atlântica, além da exibição da produção, houve uma roda de conversa com os produtores e elenco. “Queremos também dar oportunidade para produtoras locais apresentarem suas produções”, ressalta.

A programação muda semanalmente e está sempre disponível no site: www.circuitospcine.com.br. Nos CEUs e no Centro de Formação Cultural Tiradentes não há cobrança de ingressos. Na Biblioteca Roberto Santos e nos centros culturais São Paulo e Olido, as entradas custam R$ 4, sendo a meia R$ 2.

 

Confira os CEUs que participam dos Circuito SPCine:

 

CEU ARICANDUVA
Rua Olga Fadel Abarca — Jardim Santa Terezinha

CEU BUTANTÃ
Avenida Eng. Heitor Antônio Eiras García, 1728 — Jardim Esmeralda

CEU CAMINHO DO MAR
Rua Engenheiro Armando de Arruda Pereira, 5241 — Jabaquara

CEU FEITIÇO DA VILA
Rua Feitiço da Vila, 399 — Chácara Santa Maria/Jardim Guarujá

CEU JAÇANÃ
Rua Francisca Espósito Tonetti, 105 — Jardim Guapira

CEU JAMBEIRO
Avenida José Pinheiro Borges, 60 — Guaianases

CEU MENINOS
Rua Barbinos, 111 — São João Clímaco

CEU PARQUE VEREDAS
Rua Daniel Muller, 347 — São Miguel Paulista

CEU PAZ
Rua Daniel Cerri, 1549 — Jardim Paraná/Brasilândia

CEU PERUS
Rua Bernardo José de Lorena, s/n — Perus

CEU QUINTA DO SOL
Avenida Luiz Imparato, 564 — Parque Cisper

CEU SÃO RAFAEL
Rua Cinira Polônio, 100 — Jardim Rio Claro/Jardim Rio Claro

CEU TRÊS LAGOS
Avenida Carlos Barbosa Santos, S/N — Jardim Três Corações

CEU VILA ATLÂNTICA
Rua José Venâncio Dias, 840 — Jardim Nardini

CEU VILA DO SOL
Avenida dos Funcionários Públicos, 369 — Jardim Capela/Campo Limpo

 

Karina Sérgio Gomes

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Novas UBSs

Capital investe em 3 novas UBSs em Capela do Socorro

A região da Capela do Socorro, na zona sul da Capital, vai receber três novas Unidades Básicas de Saúde em 2024. Por meio do programa Avança Saúde, a Prefeitura de São Paulo investe R$ 28,1 milhões na construção da UBS Cidade Dutra, UBS Reimberg e UBS Jardim São Bernardo. As obras foram iniciadas no final de 2022.

Cada unidade vai ter capacidade para realizar 4.288 consultas mensais, além de 7.200 visitas domiciliares de agentes comunitários de saúde (ACSs) e vão contar com equipe formada por:

  • seis médicos para Estratégia de Saúde da Família (ESFs);
  • seis enfermeiros;
  • 12 auxiliares de enfermagem;
  • três cirurgiões-dentistas;
  • três auxiliares em saúde bucal;
  • um técnico em saúde bucal;
  • um nutricionista;
  • 36 agentes comunitários de saúde (ACSs);
  • um agente de promoção ambiental (APA); e
  • um gerente.

A construção da UBS Cidade Dutra, que atenderá na rua José André Pattini, 151, custou R$ 9,6 milhões aos cofres públicos. Já a UBS Reimberg, localizada na rua Rogério Fernandes, 468, demandou investimento de R$ 8,4 milhões. Por fim, a UBS Jardim São Bernardo está sendo instalada na avenida Antônio Carlos Benjamin dos Santos, 1.580, ao custo de R$ 10 milhões.

A iniciativa faz parte do programa Avança Saúde SP, que prevê investir R$ 275 milhões na construção, reforma e requalificação de postos de saúde apenas em 2023. Para este ano, estão previstas as entregas de 17 unidades. Em 2024, mais seis ficarão prontas.

O projeto foi criado em 2019, com duração de cinco anos e investimento total de US$ 200 milhões (cerca de R$ 1 bilhão). Parte dos recursos é financiada pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Até o momento, das 107 obras contratadas pelo Avança Saúde SP, 87 já foram entregues.

A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) também firmou uma parceria público-privada (PPP) para a realização de outras 13 obras, sendo sete construções e seis reformas. Dessas, seis têm previsão de término em 2023 e sete, em 2024. Portanto, ao todo, a Capital vai contar com 36 novas unidades de saúde até o ano que vem.

A UBS é a porta de entrada para o Sistema Único de Saúde (SUS) e oferece serviços de forma 100% gratuita, que englobam a Atenção Primária e dispõem de médico da Estratégia Saúde da Família (ESF), clínico geral, pediatra, ginecologista, além de atendimento odontológico.

É preciso agendar a consulta previamente na UBS que atende a localidade de residência ou via aplicativo Agenda Fácil. A UBS também pode ser procurada, sem agendamento, para vacinação ou ao apresentar sintomas como febre, dores de cabeça e tosse persistente.

 

Mylena Lira

 

 

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Onde vacinar jovens contra o HPV na Capital 

Apenas 51,4% do público infanto-juvenil completou o esquema vacinal contra o HPV na cidade de São Paulo em 2022 – resultado inferior à meta de 80%, segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS).

Os números ainda mostram que os meninos estão se vacinando menos do que as meninas contra o vírus. No público masculino, a cobertura alcançou 35,59%, a menor desde 2019 (51,2%); no feminino, 67,65%, abaixo do registrado no ano pré-pandemia da Covid-19 (80,8%). 

A baixa cobertura também se repete no país e no estado de São Paulo. De acordo com o Ministério da Saúde, o indicador para as duas doses do imunizante atingiu 57,44% entre meninas em 2022 e 36,59% na população masculina. Segundo o MS, a cobertura no Estado alcançou, respectivamente, 59,75% e 38,43%. 

Para a médica Melissa Palmieri, da Coordenação de Vigilância em Saúde da Capital, a desinformação, resistência da população à vacina e divulgação de conteúdos falsos nas mídias sociais contribuem para que os pais duvidem da segurança do imunizante. “Isso impacta negativamente nas escolhas que eles vão fazer, porque o medo, obviamente, paralisa as pessoas”, diz. 

Para reverter o cenário, Melissa afirma que a SMS desenvolveu um sistema que identifica quem ainda não tomou a vacina para orientar busca ativa nas unidades de saúde e, em parceria com a Secretaria Municipal de Educação, implementou a Declaração de Vacinação Atualizada (DVA) – documento de comprovação vacinal solicitado pelas escolas – para orientar os pais e responsáveis a atualizar a vacinação pendente dos estudantes, incluindo a do HPV.    

A DVA também orienta ações de busca ativa realizadas pela SMS. “Essa é mais uma iniciativa efetiva da gestão municipal para oportunizar o acesso às vacinas oferecidas pelo PNI; atualizar a situação vacinal e melhorar as coberturas vacinais; controlar a situação vacinal da comunidade escolar e contribuir para o controle, eliminação e/ou erradicação das doenças imunopreveníveis”, afirma a secretaria em nota. 

Por que vacinar contra o HPV?

A vacinação é a principal forma de se prevenir contra o vírus HPV. Segundo o Ministério da Saúde, a infecção transmitida sexualmente pode provocar o aparecimento de verrugas nas regiões genital e anal e o desenvolvimento de câncer de colo uterino, de pênis, de vulva, de ânus e de orofaringe. 

Na cidade de São Paulo, a imunização contra o HPV está disponível gratuitamente durante o ano todo nas Unidades Básicas de Saúde, nos Serviços de Atenção Especializada e nos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais. Nos primeiros três meses deste ano, mais de 62 mil doses foram aplicadas. 

São dois os públicos-alvos: crianças e adolescentes de 9 a 14 anos, 11 meses e 29 dias, com esquema vacinal de duas doses; e pessoas que vivem com HIV/AIDS, transplantados de órgãos sólidos ou medula óssea e pacientes oncológicos de 9 a  45 anos de idade – grupo de pessoas imunossuprimidas, com administração de três doses. 

Para atendimento, os pais ou responsáveis devem levar os seus documentos de identificação e da criança ou adolescente. Recomenda-se a apresentação da carteira de vacinação. Em caso de perda ou dano, os equipamentos realizam a confecção de uma nova carteira.  

No caso das pessoas imunossuprimidas, é preciso apresentar o comprovante de condição de risco, como receita, relatórios físicos ou digitais, com a identificação do paciente e CRM com carimbo do médico e validade de dois anos da data de emissão. 

Embora integre o grupo elegível para o HPV, a médica Melissa Palmieri explica que não há produção de indicador de cobertura vacinal para a população de imunossuprimidos diante da dificuldade de realizar estimativas ou contagem desse público.  

Cobertura vacinal HPV na cidade de São Paulo

2019
Meninas: 80,8%
Meninos: 51,2%

2020
Meninas:  67%
Meninos: 57,2%

2021
Meninas: 68,4%
Meninos: 57,6%

2022
Meninas: 67,65%
Meninos: 35,59%

 

Abel Serafim

 

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Programa de recape chega a 11 novos trechos

A Prefeitura de São Paulo atingiu a marca de 5 milhões de metros quadrados entre vias recapeadas ou em execução nas cinco regiões da cidade desde o início do programa.

Segundo a Prefeitura, as intervenções corrigem os danos estruturais e recuperam as vias com material resistente à fadiga provocada pelo tempo e tráfego intenso numa das maiores cidades do mundo, e usa as tecnologias da informação e de engenharia para diagnosticar as condições e os problemas nas vias, soluções de recomposição do pavimento de acordo com a patologia apresentada e recuperação da malha viária com asfalto de qualidade superior como o SMA (Stone Matrix Asphalt, composto por polímero e fibra).

No momento, são 57 os trechos em andamento que totalizam uma área de mais de 1,3 milhão de metros quadrados. Desde o dia 20 de junho, início do programa, o recape finalizou 139 trechos, que correspondem a mais de 3,6 milhões de metros quadrados.

Veja a lista com os onze novos trechos com início dos trabalhos entre os dias 2 e 5 de maio. São mais 356 mil metros quadrados de recuperação das vias:

1) Estrada do Campo Limpo (ambos os sentidos) – Trecho compreendido entre a Av. Carlos Lacerda até a Av. Carlos Caldeira Filho – Subprefeitura do Campo Limpo. Início: 02/05/2023.

2) Rua Arcelina Teixeira da Silva – Trecho compreendido entre a avenida Paulo Guilguer Reimberg até a rua Alfonso Lecadre – Subprefeitura de Parelheiros. Início: 02/05/2023.

3) Rua Balneário São José – Trecho compreendido entre o acesso Pavão Real até a rua Augusto Gomes de Siqueira – Subprefeitura de Parelheiros. Início: 02/05/2023.

4) Rua Virgínia Modesto – Trecho compreendido entre a rua José Roschel Rodrigues até o fim da via – Subprefeitura de Parelheiros. Início: 02/05/2023.

5) Av. das Nações Unidas – Trecho 3 – b (pista local) – Trecho compreendido entre a Ponte Nova do Morumbi até a Ponte do Morumbi – Subprefeitura de Pinheiros. Início: 02/05/2023.

6) Avenida Magalhães de Castro (Marginal Pinheiros – Pista Local) – Inclui Alças de Acesso – Trecho compreendido entre a av. Valentim Gentil até a r. Gerivatiba – Subprefeitura do Butantã. Início: 03/05/2023.

7) Marg. Tietê – Pista Expressa (Av. Otaviano Alves de Lima) – Inclui Alças de Acesso – Trecho 2 – Trecho compreendido entre a Ponte da Casa Verde até a Ponte Freguesia do Ó – Subprefeitura da Casa Verde. Início: 03/05/2023.

8) Estrada do M’Boi Mirim – Trecho 1 – Trecho compreendido entre a avenida Comendador Sant’Anna até a rua da Olaria – Subprefeitura do M’Boi Mirim. Início: 04/05/2023.

9) Estrada da Baronesa – Trecho I – Trecho compreendido entre a estrada do Guavirutuba até a estrada do M’Boi Mirim – Subprefeitura do M’Boi Mirim. Início: 05/05/2023.

10) Avenida Major Sylvio de Magalhães Padilha (Marginal Pinheiros – Pista Expressa) – Trecho compreendido entre a Ponte Edson de Godoy Bueno até a Ponte João Dias – Subprefeitura do Campo Limpo. Início: 05/05/2023.

11) Avenida Magalhães de Castro (Marg. Pinheiros – Pista Expressa) – Inclui Alças de Acesso – Trecho compreendido entre a Ponte Engenheiro Ary Torres até a Ponte do Morumbi – Subprefeitura do Butantã. Início: 05/05/2023.

Entre os critérios considerados para a escolha destas vias, informa a administração municipal, estão o volume de tráfego e a deterioração do pavimento existente, demanda de transporte coletivo sobre pneus, histórico de operação de conservação de pavimentos viários, além de outras demandas da própria comunidade.

O serviço acontece, preferencialmente, depois das 23 horas, para não prejudicar a mobilidade. Após o serviço finalizado, as vias entram no cronograma da CET para sinalização. Todas as previsões de entrega foram cumpridas e o tempo de execução, em média de 120 dias, abreviado em grandes avenidas.

As vias finalizados e em execução podem ser conferidas em tempo real, na página inicial do site da SMSUB.

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Guarapiranga

Ações de moradores ajudam a limpar a Guarapiranga

Moradores dos bairros de Cidade Dutra, Jardim Ângela e Jardim São Luís, na zona sul de São Paulo,  desenvolvem projetos de limpeza na Represa Guarapiranga que, juntos, já retiraram mais de 150 toneladas de resíduos do local, responsável por 22% do abastecimento de água na Região Metropolitana.

O reservatório sofre com um histórico processo de degradação ambiental provocado pela ocupação irregular, desmatamento e descarte de resíduos sólidos, entre outros fatores.

Com objetivo de conscientizar a população acerca da importância da sustentabilidade, reciclagem e o papel da comunidade para enfrentar os desafios socioambientais a partir da limpeza na represa, as ações são realizadas, geralmente, aos fins de semana. O público-alvo abrange de crianças a idosos.

Interligados, os projetos seguem o mesmo modelo: no dia da atividade, o público é convidado a levar um alimento para o café da manhã comunitário. Depois, especialistas voluntários, como biólogos, abordam noções de sustentabilidade e, em seguida, os participantes vão a campo recolher resíduos nas margens e na água. Ao final, é feita a destinação do material aos serviços de coleta da Capital ou para a reciclagem.

Para participar, compareça no dia e horário das ações divulgadas nos perfis das redes sociais dos três projetos selecionados pelo Estadão Expresso Bairros:

 

Jardim São Luís

Morador desde 1980 do bairro Jardim São Francisco, no distrito Jardim São Luís, Marcos Campos, de 45 anos, conta que a primeira lembrança de limpar a represa remonta à infância. A atitude levada como brincadeira o alçou para o ativismo ambiental. Tanto que em 2011 resolveu criar um bloquinho de Carnaval para abordar conceitos sustentáveis e a situação do reservatório.

O que começou como folia e ações esporádicas virou um chamado para a comunidade limpar regularmente a porção da represa situada no distrito do Jardim São Luís. Desde 2019, quando se estruturou, o projeto já recolheu cerca de 50 toneladas de resíduos do reservatório nas ações realizadas no segundo fim de semana de cada mês.

Outro foco é a geração de renda. Após a pesagem, Campos diz que cada participante pode receber entre R$ 60 e R$ 70 com a venda do material recolhido para um fintech que processa esses itens. Costuma participar um público que varia de 15 a 60 pessoas por encontro.

Jardim Ângela

A cada 20 dias, no bairro Riviera Paulista, no distrito Jardim Ângela, um grupo de pessoas se organiza para limpar a represa. Geralmente, a ação ocorre no terceiro final de semana do mês. Embora englobe um público diverso, o foco são as crianças e adolescentes.

Para despertar o interesse do público infanto-juvenil, são realizadas gincanas para aliar a brincadeira a atividades de coleta, que são acompanhadas por monitores. Participa das ações um público que oscila entre 30 e 60 pessoas. Desde a criação em 2018, o projeto já coletou mais de 70 toneladas de resíduos do local. A maioria provenientes de residências, como colchões e móveis.

Cidade Dutra 

No bairro Interlagos, que faz parte do distrito de Cidade Dutra, o desafio de Genival Lopes é convencer as pessoas sobre a responsabilidade de cuidar da represa para evitar que o uso recreativo dela fique impraticável. “A gente sabe que não vai conseguir limpar tudo, mas quer levar a pessoa lá para ela entenda onde vai parar o lixo que ela joga no chão”, afirma.

Normalmente, a limpeza se dá no último fim de semana do mês ou em datas temáticas ligadas ao meio ambiente. A frequência varia, em média, de 40 a 100 participantes. Desde agosto de 2020, quando o projeto iniciado em 2019 passou a reunir os dados, foram recolhidos mais de 30 toneladas de resíduos. Também já foram plantadas mais de mil árvores nativas da Mata Atlântica para reflorestar a área.

Vigilância

A Guarda Civil Metropolitana contribui fazendo o patrulhamento náutico na represa e em suas praias para fiscalização e preservação do ambiente. E a Guarda Ambiental executa de forma periódica ações de conscientização em escolas municipais por meio do Projeto Educam, em que são abordados temas relacionados à preservação do meio ambiente de forma geral.

 

Como participar  

Projeto Limpeza na Represa Guarapiranga – Jardim São Francisco
Onde: rua Itupú, 134-324 – Chácara Vista Alegre
Como participar: acompanhar divulgação de chamadas no Instagram

Projeto Limpeza na Represa Guarapiranga – Riviera Paulista
Onde: rua Açucena Campos, na altura do nº 215
Como participar: acompanhar divulgação de chamadas no Instagram

Projeto Limpeza na Represa Guarapiranga – Interlagos
Onde: avenida Atlântica, altura do nº 3834
Como participar: acompanhar divulgação de chamadas no Instagram ou Facebook

 

Abel Serafim

 

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Subprefeitura Freguesia do Ó - Igreja Nossa Senhora do Ó

Conheça a Subprefeitura Freguesia do Ó/Brasilândia

Conhecer as autoridades públicas de sua cidade para cobrar delas serviços de qualidade é fundamental para o cidadão preocupado com o local onde vive, mora ou trabalha.

Por conta de suas grandes dimensões, um município como São Paulo requer uma administração descentralizada. A capital paulista compreende várias “cidades” dentro dela, cada qual com suas características geográficas, populacionais e sociais diferenciadas.

Se levado em consideração o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) de cada bairro, veremos que as diferenças são enormes. Por isso, em 2002 a cidade foi dividida em regiões administrativas semi-autônomas, anteriormente chamadas de Administrações Regionais e hoje denominadas de Prefeituras Regionais ou Subprefeituras.

Para entender tal divisão, o Estadão Expresso Bairros vem produzindo esta série, contando com a ajuda da inteligência artificial. Hoje você fica sabendo mais sobre a Subprefeitura Freguesia do Ó/Brasilândia, na zona norte.

Sua sede fica na João Marcelino Branco, 95, na Vila dos Andrades, onde o cidadão pode solicitar serviços como emissão de uma certidão, guia para saldar um imposto, informações sobre coleta de lixo, fazer pedidos de obras, iluminação, emitir a senha web para serviços municipais e outros assuntos. Essa subprefeitura é responsável por administrar uma área de 32 km² com aproximadamente 410 mil habitantes.

O atendimento é de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, e deve ser agendado pelos telefones 3981-5000 e 156 ou pelo Portal SP 156. O atual subprefeito da região é o administrador Sérgio Gonelli.

História

A Freguesia do Ó é um dos bairros mais antigos da cidade, remontando a antigas fazendas que datam de 1580, nas margens do Rio Tietê. Já o distrito da Brasilândia, o outro que compõe a área dessa sub, teve sua urbanização acelerada na década de 1930, após o loteamento de antigas chácaras da região onde era plantada cana-de-açúcar.

A região é bastante verde e compreende locais históricos da cidade, como o tradicional Largo da Matriz da Freguesia do Ó. A praça é cercada por bares e restaurantes, além de ser palco de atividades culturais, show e exposições, contando ainda com uma agitada vida noturna.

Ao centro, fica a Igreja de Nossa Senhora do Ó, construída em 1901, após a igreja anterior ter sido destruída em um incêndio, em 1896. Trata-se de um dos grandes ícones do bairro.

Abaixo os bairros sob responsabilidade desta subprefeitura:

● Chácara do Rosário
● Chácara Domilice
● Chácara Nossa Sra. Aparecida
● Conj. Res. Prestes Maia
● Itaberaba
● Jardim Adélia
● Jardim Cachoeira
● Jardim Iracema
● Jardim Maristela
● Jardim Monjolo
● Jardim Monte Alegre
● Jardim Noêmia
● Jardim São Marcos
● Moinho Velho
● Nossa Senhora do Ó
● Pq. Dom Luís
● Pq. Mandi
● Pq. Monteiro Soares
● Vila Acre
● Vila Albertina
● Vila Amélia
● Vila Arcádia
● Vila Bancária Munhoz
● Vila Bela
● Vila Bracáia
● Vila Brito
● Vila Bruna
● Vila Cardoso
● Vila Cavatton
● Vila Cruz das Almas
● Vila do Congo
● Vila Dona América
● Vila Gonçalves
● Vila Hebe
● Vila Iara
● Vila Iório
● Vila Ismênia
● Vila Júlio César
● Vila Manuel Lopes
● Vila Mariliza
● Vila Marilu
● Vila Marina
● Vila Miriam
● Vila Morro Grande
● Vila Morro Verde
● Vila Nívea
● Vila Palmeiras
● Vila Peruccio
● Vila Picinin
● Vila Portuguesa
● Vila Primavera
● Vila Progresso
● Vila Ramos
● Vila Regina
● Vila Sá e Silva
● Vila Santa Delfina
● Vila São Francisco
● Vila São Vicente
● Vila Schmidt
● Vila Simões
● Vila Siqueira
● Vila Timóteo
● Vila União
● Vila Zulmira Maria
● Brasilândia
● Jardim Maracanã
● Parque Hollywood
● Parque Itaberaba
● Jardim Magali
● Jardim Elísio
● Jardim Alvorada
● Jardim Almanara
● Vila Elias Nigri
● Jardim Irene
● Vila Rica
● Vila Penteado
● Parque Pedroso
● Vila Souza
● Jardim Ondina
● Jardim Ana Maria
● Vila Ismênia
● Parque Belém
● Jardim Elisa Maria
● Parque Tietê
● Jardim Ladeira Rosa
● Vila Terezinha
● Vila Dulcina
● Vila Isabel
● Vila Áurea
● Vila Nina
● Jardim dos Guedes
● Vila Serralheiro
● Jardim do Tiro
● Vila Itaberaba
● Vila Icaraí
● Vila São João Batista
● Vila São Joaquim
● Jardim Paulistano
● Jardim Carombé
● Jardim Guarani
● Jardim Princesa
● Jardim Damasceno
● Jardim Paraná
● Jardim Vista Alegre
● Jardim Recanto
● Jardim dos Francos

 

As informações que compõem esse texto foram estruturadas pelo ChatGPT com a supervisão de um jornalista. A ferramenta de inteligência artificial será utilizada apenas para conteúdos relacionados a serviços públicos, de modo a organizar de forma clara e ágil dados disponíveis na internet.

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Centro de Memória do Circo

Instituição resgata tradição circense do Largo do Paissandu

Quem frequenta o Largo do Paissandu, hoje, talvez tenha dificuldade de imaginar que o local já foi um ponto efervescente da cultura circense. Mas os indícios estão por ali. A atual rua Abelardo Pinto, nome de batismo do icônico palhaço Piolin (1897–1973), era chamada de Beco do Paissandu, onde os circos eram instalados.

“O Paissandu é um dos sítios históricos mais importantes para o circo brasileiro”, ressalta Veronica Tamaoki, coordenadora do Centro de Memória do Circo (CMC). Ou seja, seria difícil encontrar um lugar melhor para receber a instituição, que funciona dentro da Galeria Olido, na avenida São João, 473.

O CMC foi fundado em 2009, quando a prefeitura adquiriu os acervos de duas importantes famílias circenses: o do Circo Nerino (1913 – 1964), um dos mais antigos, e o do Circo Garcia (1928 – 2003), um dos mais longevos. A coleção tem, entre documentos, fotos, figurinos e objetos, cerca de 80 mil itens. “O coração do nosso Centro de Memória é o acervo”, afirma Veronica.

Parte dele está exposto na mostra permanente “Hoje tem espetáculo”. A exposição traz uma linha do tempo contando a história do desenvolvimento do circo no Brasil, além de itens de apresentações. Estão expostas as espadas de Yorga, um dos últimos engolidores de espadas brasileiro; áudios de apresentações de palhaços, como o do Carequinha, e uma imensa maquete, elaborada pelo mestre Maranhão, que retrata as etapas de montagem da tenda de  circo e várias cenas que faziam parte do cotidiano dos artistas.

Hoje tem palhaçada? Tem, sim, senhor!

A instituição também tem uma programação dinâmica, realizando exposições temporárias, apresentações de rua com artistas circenses, além de pesquisas documentadas em publicações. “Reunir a documentação é importante, mas temos também de gerar conhecimento a partir do nosso acervo”, diz Verônica.

Nesta sexta-feira, 5 de maio, o CMC abriu a exposição “Perucas do Circo Teatro Nerino”, que mostra a importância do circo teatro, que trazia, além dos números circenses, apresentações de peças dramatúrgicas. O site da instituição, cujo endereço é:  www.memoriadocirco.org.br, começa a funcionar nesta segunda-feira (8), às 19h.

Em 11 de maio, acontece a exibição do filme “Fragmentos Sobre a Saudade”, às 13h; e, dia 29, o Picadeiro aberto, onde artistas podem se apresentar. Entre os dias 8 e 29, estão programados os Encontros de Estudos da Palhaçaria, das 14 às 17h. Todas as atividades são gratuitas e não necessitam de inscrição prévia. Para marcar uma visita monitorada ao espaço, basta agendar pelo e-mail  memoriadocirco@gmail.com.

 

Serviço

Centro de Memória do Circo (dentro da Galeria Olido)
Av. São João, 473
Seg.: 10h/18h; Qua./sex 10h/18h. Sáb./dom.: 13h/18h
Site:  www.memoriadocirco.org.br .

 

Karina Sérgio Gomes

 

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Biblioteca na zona sul é referência em cultura afro-brasileira

A Biblioteca Municipal Paulo Duarte, na região do Jabaquara, zona sul de São Paulo, conta com um acervo com mais de 3,2 mil obras sobre a cultura afro-brasileira para consulta e empréstimo. Fundada em 1980 e especializada desde 2012, abriga, no total, mais de 38,9 mil livros.

Para abordar o tema, são promovidos eventos e oficinas mensais, como saraus e rodas de conversa com escritores. A biblioteca ainda oferece espaço de livros infantis e apoio do projeto Lendo na Biblioteca, da professora Andrea Bregiero, que media leituras para crianças, conforme agenda mensal do local.

“A Paulo Duarte é como uma caixa de memória na qual temos segurança de que há um olhar mais humanizado para negritude”, afirma Nelson Moraes, professor de língua portuguesa da rede municipal. Durante seu mestrado, ele frequentava a biblioteca pela facilidade de encontrar referências para pesquisa sobre o assunto.

Agora, ele retorna ao espaço como participante de um projeto de extensão da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), que começa este mês, para falar a respeito da produção de autores negros associada à realidade da região.

A biblioteca está aberta a apresentações de projetos, desde que atendam ao enfoque do espaço. Para isso, entre em contato pelo e-mail:bmpauloduarte@gmail.com.

O empréstimo de livros está condicionado à inscrição presencial. O interessado deve apresentar no setor de atendimento um documento de identidade e um comprovante de residência recente. O cadastro tem validade de um ano. O funcionamento da biblioteca é de segunda a sexta-feira, das 9h às 18h, e aos sábados, das 10h às 14h. Cerca de 40 pessoas visitam o local por dia, em média.

 

ONDE

 Rua Arsênio Tavolieri, 45 – Jardim Oriental

 

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Teatro de Contêiner leva peças e ações sociais ao centro

Com quantos contêineres se faz um teatro? Para construir o seu espaço, a Cia de Teatro Mungunzá precisou de 11. O grupo mapeou, em 2016, terrenos ociosos da Prefeitura de São Paulo. Próximo ao galpão onde ensaiavam, na rua Prates, encontraram um espaço de mil metros quadrados na rua dos Gusmões, 43, e pediram licença ao poder municipal para usar o local por três meses.

O projeto no centro deu tão certo que o grupo segue lá há quase sete anos, expandindo sua atuação para além das artes cênicas e trabalhando como parceiro da prefeitura.

“Éramos um grupo de teatro mambembe. Andávamos com as nossas caixas e nos adaptamos às tomadas de cada lugar que nos apresentamos. Então, sabíamos o que um teatro precisava ter”, explica Lucas Beda, um dos integrantes da Mungunzá.

O espaço é versátil, o palco pode ser montado tanto no formato tradicional, de palco italiano, quanto em arena. As paredes envolta são de vidro, permitindo que o exterior faça parte da cena. A plateia comporta até 99 pessoas.

O ator ressalta que o comum dos grupos de teatro é alugar espaços para montar seus espetáculos, mas ter o próprio espaço ajuda a criar uma cultura local e uma relação de pertencimento. “Existe uma força aqui presente na potência desse espaço ser de um grupo de teatro. Podemos dizer que aqui é o nosso lugar”, afirma. Além de montar suas próprias peças, a companhia recebe projetos relacionados às artes cênicas, visuais e música de outros proponentes.

Arte & Social

Estar no entorno da Cracolândia fez com que o grupo se envolvesse com projetos de redução de danos que atuam na região e também conversassem com as pessoas em situação de rua disponibilizando banheiro, para quem quisesse usar.

No terreno do teatro há mesas, bancos, uma horta e um parquinho para crianças. Quem estiver passando e tiver vontade de entrar, o portão fica aberto. “Quando viemos para cá, havia pessoas morando na calçada. Sempre mostramos que somos um espaço aberto para o diálogo”, lembra Beda.

O teatro ocupa a maior terreno, que abriga ainda projetos sociais como o Coletivo Tem Sentimento, ação de geração de renda com e para mulheres cis e trans que vivem em situações de vulnerabilidade nos arredores da Cracolândia; e o Parque Gráfico, que desenvolve atividades que unem arte e redução de dados, como Pagode na Lata e Birico.

O espaço recebe também projetos da prefeitura, como a oficina Vocacional, programa gratuito de formação artística para jovens e adultos, que está com inscrições abertas.

Na programação teatral deste ano, o grupo irá remontar seus sucessos como “Poema suspenso para uma cidade em queda” e “Era uma era”. Em cartaz até 8 de maio, está a peça “Macbeth”, montagem do grupo Eco Teatral — ingressos a partir de R$ 5.

 

Onde

Teatro de Contêiner
Rua dos Gusmões, 4, Santa Ifigênia
Site: www.ciamungunza.com.br.

 

Karina Sérgio Gomes

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Artista vizinho do “Velho Chico” expõe na Vila Leopoldina

Ao cair da noite, nas margens do rio São Francisco, surgem os muruins. “Os muruins são uns mosquitinhos pequenos que irritam, mas não tem o que fazer. Se você for ver o pôr do sol na beira do rio, ele estará ali com você”, explica o artista davi jesus do nascimento (cujo nome gosta de escrever em letras minúsculas).

Atento ao som das palavras e tudo que acontece nas margens do Velho Chico, davi batizou sua primeira exposição individual em São Paulo com o título “Na boca da noite, os muruins”, em cartaz no Instituto Çarê, na Vila Leopoldina, até 24 de junho.

davi é como os muruins: uma presença delicada, mas impossível de passar imperceptível. O jovem, de 26 anos, também vive à beira do rio São Francisco. Nasceu e mora em Pirapora, cidade ribeirinha no norte de Minas Gerais. As referências geográficas são importantes para situar e entender o trabalho de davi. Após morar cinco anos em Belo Horizonte, o artista voltou para sua cidade natal e compreendeu que estar ali era fundamental para sua produção.

“Viver a experiência do dia a dia de estar no meu território faz com que o meu trabalho se torne mais verdadeiro. Porque eu não estou aqui passando uns dias, eu vivo aqui”, afirma.

As primeiras referências artísticas de davi vêm de seu círculo próximo: o primo Jorge, escultor carrancas, e o pai,  marceneiro, de quem herdou o nome Davi Jesus Nascimento.

Na atual mostra em cartaz, o artista apresenta todo esse universo familiar não apenas de sangue, mas de afeto. Começando pela cor marrom das paredes do espaço expositivo, pintada com tinta colorida com pigmentos vindos da terra, o tom está presente na maioria das obras: no sépia das fotografias de família, na madeira e no tamarindo usados nas instalações, nos desenhos e nas aquarelas.

Na série “gritos de alerta”, que abre a exposição, davi explora outra imagem muito presente em seu trabalho, a carranca. A partir do símbolo visto nas proas das embarcações que navegam no rio São Francisco, o artista cria um hieróglifo próprio. Com palavras em português, o artista mostra-se um guardião da oralidade de Pirapora. “Minha escrita é baseada na experiência de conversa cotidiana que tenho com a minha família. Costumo dizer que falo o dialeto barranqueiro”, ressalta.

Preservar, observar e ressignificar são verbos-chave para compreender a obra de davi, que trabalha como um arqueólogo de suas origens, recolhendo fotografias e vestígios de sua família e de sua cidade.

Em uma das salas, uma foto de sua mãe, Eliane Vieira do Nascimento, está fixada na parede com pregos grossos de uma antiga embarcação — o artista guardou esses pregos durante muito tempo até decidir como usá-los. Em um antigo galão de combustível de barco, fez uma instalação sonora com um áudio de sua bisavó paterna, Francisca Reis, que viveu até os 104 anos.

O jovem não traz só suas raízes para o eixo comercial Rio-São Paulo, mas faz questão de que galeristas, colecionadores e curadores que queiram conhecer a sua produção viajem até Pirapora, que está a 350 km de Belo Horizonte. “É do curso do trabalho. Acho bom ver as coisas saírem daqui de um jeito cuidadoso, afinal, é daqui que tudo nasce”, conclui.

De margem a margem

Assim como davi vive às margens de um rio, o Instituto Çarê, onde a exposição está em cartaz, fica também às margens — à margem do circuito de arte da zona oeste paulistana, centralizado em Pinheiros, Vila Madalena e Jardins, e próximo das margens do rio Pinheiros. “Aqui, na vila Leopoldina, não temos aparelhos culturais parecidos com o Çarê”, afirma Fabrício Lopez, diretor na instituição.

O Çarê foi inaugurado em 2019 com intuito de promover projetos que envolvam artes, música, educação e pesquisa. O espaço funciona como braço cultural do Instituto Acaia, uma escola experimental que atende em sua maioria crianças e adolescentes das favelas do Nove, da Linha e do Conjunto Habitacional Cingapura Madeirite, próximas à Ceagesp, em São Paulo.

Desde sua abertura, o instituto já promoveu duas exposições, a primeira  “Axs Nossxs Filhxs”, da artista plástica LIA D Castro, em 2019, e uma individual do artista americano Fred Sandback (1943–2003), em 2022. A ideia é montar pelo menos duas exposições ao ano, uma em cada semestre. “Na boca da noite, os muruins” abre o ano expositivo de 2023 do Çarê.

“Fizemos uma primeira exposição internacional, que foi muito bonita, mas estava deslocada do que é o centro de gravidade do instituto. Aí, vem o davi com quem acertamos no alvo. Um artista jovem brasileiro com uma linguagem contemporânea e universal, mas que fala e trabalha a partir de um centro regional”, explica Lopes.

Além da exposição em cartaz até 24 de junho, nos próximos dois meses o Çarê traz, em sua programação, atividades gratuitas que envolvem música, literatura e cinema. Confira:

  • 19 de maio: show Jean Garfunkel duo — O Sertão na Canção.
  • 20 de maio: rodas de leitura de Guimarães Rosa com Cecília Marks e o ator Odilon Esteves.
  • 2 de junho: show com Pedro Surubim, Priscila Magela, Anabel Andrés e Bicho Carranca.
  • 3 de junho: sessão de cinema comentado com o coletivo Cine Barranco.

 

Serviço

Instituto Çarê: R. Dr. Avelino Chaves, 138, Vila Leopoldina.
Ter./sáb.: 13h/18h.
Instagram: @institutoculturalcare. Grátis.

 

Karina Sérgio Gomes

 

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