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A Prefeitura de São Paulo publicou novo Edital de Concurso para Contratação de Propostas Artísticas para o Museu de Arte de Rua (MAR). A seleção dos projetos será realizada em duas categorias, solo e em altura, e conta com um orçamento de R$ 3 milhões.
Desde 2017, o MAR busca o fortalecimento e reconhecimento da pluralidade das ações de Arte Urbana e a abertura desta nova edição 2024, segundo a Prefeitura, tem como objetivo consolidar e ampliar as expressões artísticas presentes nos espaços públicos e promover a disseminação da Arte Urbana em todas as macro e microrregiões da cidade.
Quem anda pelas ruas de São Paulo pode contemplar grafites de altíssimo nível que contam um pouco da história da cidade. Clique nos links e conheça alguns deles no centro e em outros bairros.
Mural do artista Tecfase no “Minhocão” – Foto: L. Santana/Especial para o Estadão
SERVIÇO
Período de inscrições: de 6 de março até 24 de abril
“Um museu deveria ser um espaço em que o visitante sonolento fosse intimado a reagir em contato com obras sublimes”, escreveu André Lhote em “Les Cahiers de la république des lettres, sciences et arts”. Infelizmente, nem sempre o visitante de uma instituição de arte consegue reagir e decodificar esse espaço sozinho.
O Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM) está empenhado em aproximar o público de suas exposições, oferecendo cursos gratuitos para professores da rede municipal e uma programação de férias repleta de atividades para famílias.
“Este é um trabalho em que todos ganham. Ganha o museu, a escola, o setor educativo e as famílias. É uma troca muito grande de arte, processos pedagógicos, vivências diferentes de educação formal e não formal”, explica Mirela Estelles, coordenadora do setor educativo do MAM. “Nossa missão é difundir conhecimento e trazer cada vez mais pessoas para perto.”
Elaborado em parceria com a Secretaria Municipal de Educação, de 29/06 a 24/08, está disponível o curso Experiências Poéticas e Experiências Educativas a partir da exposição “Elementar: Fazer Junto”, em cartaz no museu. Entre as atividades programadas para os encontros, está uma visita mediada à exposição com a equipe curatorial da mostra e do setor educativo.
As inscrições estão abertas e podem ser feitas por meio do formulário online. Em setembro, haverá um novo ciclo. Os professores que participam da atividade têm pontos validados no sistema de avaliação da Prefeitura e ganham catálogos de exposições para integrar os acervos das bibliotecas das escolas em que trabalham.
“Os professores já entenderam esse espaço como lugar de aprendizagem, conhecimento e relacionamento. Eles vêm em busca de renovar suas práticas e se inspirar para levar outras propostas para a sala de aula”, ressalta.
Elementar: ir ao museu
Neste ano, o MAM comemora 75 anos, e a programação traz uma série de mostras comemorativas. “Elementar: Fazer Junto”, com curadoria de Mirela Estelles, Cauê Alves e Valquíria Prates, é uma celebração do setor educativo e reforça a importância deste trabalho para o museu. “A exposição nasce a partir da seleção de obras da coleção do MAM que tivessem relação com os elementos da natureza, considerando o acervo de conhecimentos e pesquisas do núcleo educativo”, explica Estelles.
Ao imaginar uma exposição que envolve, em sua concepção, uma equipe ligada à educação, rapidamente emergem as lembranças de instalações interativas. Não é o caso de “Elementar: Fazer Junto”. O visitante pode passear pela mostra inteira de forma apenas contemplativa, sem interagir com nenhuma das obras, se essa for sua vontade.
A participação do espectador consiste, em geral, em ver e refletir sobre os temas levantados na fricção entre os cerca de 70 trabalhos de artistas como Leda Catunda, Marcelo Moscheta e Cildo Meireles. Ao mesmo tempo, o visitante pode sentar nas cadeiras do coletivo OPAVIVARÁ, as quais são também obras, e apreciar o jardim do museu ou um trabalho.
“A exposição tem em seu cerne a educação. Nos textos de curadoria, que são poéticos e gostosos de ler, há proposições que conversam diretamente com o público. Há também inserções de produções do setor educativo. Dessa forma, nosso desejo é que o público não passe rapidinho, mas permaneça na exposição interagindo e refletindo sobre as obras expostas”, explica.
É possível assistir a vídeos feitos pela equipe durante o período de isolamento social devido à pandemia de Covid-19, que apresentam, por meio de proposições poéticas, obras do acervo do MAM; jogar Minecraft no cenário do museu desenvolvido para o jogo; e quem quiser participar de maneira analógica pode usar os carimbos, dispostos em uma mesa no centro sala, com palavras que você encontra em todos os textos que guiam a mostra.
“A exposição foi permeada pela escuta das equipes do MAM de diferentes áreas. O que nos perguntamos durante o processo e propomos ao público refletir é: o que é elementar fazer junto? O que é elementar no trabalho de cada artista? O que podemos perguntar olhando para cada obra?”, conclui Mirela.
Durante o mês de julho, o MAM quer ainda “fazer junto” com o público uma série de atividades — algumas relacionadas à exposição. As inscrições devem ser feitas com 30 minutos de antecedência na recepção do museu. A participação nas atividades educativas garante a gratuidade nas exposições. Confira a programação.
01/07 (sáb) às 11h: Programa de Visitação
Visita aberta à exposição “Elementar: fazer junto” com MAM educativo
O MAM educativo convida o público a conhecer a mostra a partir de uma visita mediada que será acompanhada de experiências poéticas.
01/07 (sáb) às 15h: Família MAM + Férias no MAM + Arte e Ecologia
Xirezinho: brincando com a natureza com Priscila Obaci
Xirê é uma palavra em yorubá que quer dizer “brincadeira”. Xirezinho é uma atividade musical, sensorial e formativa que propõe movimentações e interações a partir da relação dos elementos da natureza que cada Orixá representa.
02/07 (dom) às 11h: Domingo MAM + Arte e Ecologia
Desenho de observação das plantas presentes no Jardim de Esculturas com MAM Educativo
A partir da observação ativa da paisagem do jardim das esculturas do MAM São Paulo, que extrapolam a visão, o público será convidado a desenhá-la. Para tal, contaremos com uma sensibilização e disparadores poéticos para a contemplação do jardim.
02/07 (dom) às 15h: Domingo MAM
Jogar junto: Jogo de queimada + roda de conversa para corpos diversos com Coletivo Gaymada São Paulo Domingo MAM
A partir do jogo de queimada, a Gaymada São Paulo visa a acessibilidade do esporte para todas as pessoas, independente do tipo físico, idade, etnia, sexualidade ou gênero. Com foco na valorização e respeito à diversidade, este evento mescla ativismo e esporte com objetivo à democratização dos espaços públicos e ao direito às práticas esportivas.
04/07 (ter) às 14h30: Família MAM + Férias no MAM + Arte e Ecologia
Brinquedos da terra: oficina de construção de brinquedos com MAM educativo
A terra é um elemento que sustenta a vida. Assim, propomos olhar para ela como uma ferramenta do brincar. Esta oficina presencial é um convite aos participantes para investigarem o que a terra nos entrega e assim criarem brinquedos que partam dela.
05/07 (qua) às 10h30: Família MAM + Férias no MAM + Arte e Ecologia
Oficina de autorretrato com elementos da natureza MAM Educativo
Como nos vemos diante do universo que somos? Como nos identificamos enquanto parte da natureza? Nesta oficina propomos uma reflexão sobre como habitamos o espaço e como o espaço nos habita.
05, 12, 19 e 26/07 (qua) às 16h: Programa de Visitação
Para ler junto com equipe MAM Educativo
Para ler junto é o espaço de encontro que acontece todas às quartas-feiras do mês de julho, cada data será dedicada à leitura dos textos do catálogo da exposição Elementar: Fazer Junto e/ou textos selecionados pelo MAM educativo e convidadas/os.
06/07 (qui) às 14h30: Família MAM + Férias no MAM + Arte e Ecologia
Riscadores com pigmentos naturais com Leonardo Sassaki
Diversos elementos que encontramos na natureza possuem potencial tintório e são usados para colorir o mundo, como alguns tipos de terras, temperos, flores e frutos. Nesta oficina conheceremos técnicas de produção e experimentação dos riscadores naturais.
06/07 (qui) às 19h00: Família MAM
Histórias no Jardim com Cristino Wapichana
A série de vídeos “Histórias no Jardim” convida o público para uma relação do lúdico e do brincar com as obras do Jardim, com narrações de histórias e apresentações musicais que contam com a participação de Ana Luísa Lacombe, Grupo êBA! e Grupo Sementeira. Nesta edição contamos com a presença do artista indígena Cristino Wapichana.
07/07 (sex) às 15h: Família MAM + Férias no MAM + Arte e Ecologia
Experimentação com tintas naturais para bebês com MAM educativo
A partir de tintas produzidas de forma caseira com materiais naturais e comestíveis (trigo, maisena, gelatina, frutas e condimentos). A atividade é voltada para bebês de 0 meses a 2 anos.
08/07 (sáb) às 15h: Família MAM + Férias no MAM
Narração de história: a onça e o fogo com Cristino Wapichana
Cristino Wapichana narra a história do seu livro A onça e o fogo, que resgata uma história indígena do povo Wapichana. O duelo entre a onça e o fogo é travado em um tempo fantástico, cheio de perigos e aventuras.
09/07 (dom) às 14h: Domingo MAM
Karaokê: Vozes negras
Inspirados pelo mês que marca o dia Nacional de Combate à Discriminação Racial e pelo dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, o mam educativo convida o público a soltar a voz com músicas compostas e interpretadas por mulheres negras.
11/07 (ter) às 14h30: Família MAM + Férias no MAM + Arte e Ecologia
Desenhando com elementos da natureza com MAM Educativo
Para os povos originários que já habitaram o local onde hoje é o Parque do Ibirapuera, objetos e paisagens que consideramos sem vida, são, na verdade, seres, que como a gente, tem sentimentos e se relacionam entre si. Nesta oficina, propomos um olhar atencioso para objetos que consideramos inanimados e sem vida na natureza, para construir coletivamente um quadro de proporção monumental.
12/07 (qua) às 10h30: Família MAM + Férias no MAM
Narrativas fantásticas com MAM Educativo
Quais histórias podemos criar juntos? O que uma imagem ou palavra contidas em revistas e materiais impressos pode nos contar? Aqui nesta experiência a ideia é juntar os imaginários de cada um e elaborar uma narrativa fantástica coletiva.
13/07 (qui) às 14h30: Família MAM + Férias no MAM
Percurso poético musical na exposição com Tamara David e MAM Educativo
Inspirada na exposição Elementar: Fazer Junto, o percurso poético musical com Tâmara Davi e MAM educativo propõem uma relação entre as artes visuais presentes na exposição e a música brasileira.
14/07 (sex) às 10h30: Família MAM + Férias no MAM
Oficina de foto montagem
A partir de imagens das obras da exposição Elementar: Fazer Junto faremos releituras poéticas das obras, alterando-as por meio de papéis transparentes e da colagem.
15/07 (sáb) às 15h: Família MAM + Férias no MAM
“Passando de Raspão” com Núcleo Histórias de Comadres
O Núcleo Histórias de Comadres encontrou nos instrumentos musicais presentes no universo da Capoeira Angola a inspiração para criar narrativas e imagens.
16/07 (dom) às 15h: Domingo MAM
Breaking Ibira: Edição Lampião e Maria Bonita
Breaking ibira é um evento criado por b.boys e b.girls (nomenclatura atribuída a dançarinos de breaking) cujo objetivo é reunir b.boys e b.girls para celebrar a cultura hip hop, encontrar desafios através da dança e expressar sua criatividade e habilidade em suas sessions (sequência organizada de passos de breaking).
18/07 (ter) às 14h30: Família MAM + Férias no MAM + Arte e Ecologia
Folhario: oficina de construção de móbiles com elementos da natureza com Amanda Paralela
Móbiles são peças formadas por estruturas horizontais nas quais diferentes elementos são pendurados por fios ou cordões para assim oscilar e dançar com o sopro do vento. Nesta oficina, construiremos pequenos e grandes móbiles, individuais e coletivos, a partir da coleta de elementos da natureza.
19/07 (qua) às 10h30: Família MAM + Férias no MAM
Esse ateliê é pra dançar! com Amanda Paralela
Desenhar, pintar, modelar, bordar, recortar, escrever… num espaço de ateliê todas as linguagens artísticas são bem vindas, por isso nesta oficina abriremos espaço para a dança! Prepare um look confortável e contribua com a playlist da oficina inserindo suas músicas favoritas para dançar.
20/07 (qui) às 14h30: Família MAM + Férias no MAM
Carimbo-mundo com elementos da natureza com mam educativo
Esta atividade propõe o olhar investigativo para as diferentes texturas e formas dos elementos da natureza. No percurso criativo, conheceremos técnicas de carimbos naturais, frotagem e outras.
21/07 (sex) às 10h30: Família MAM + Férias no MAM + Arte e Ecologia
Gotas de flor: experimentações com tintas naturais com Leonardo Sassaki
Estamos acostumados a consumir produtos industrializados e nos esquecemos ou nem mesmo sabemos de onde eles vêm. Neste encontro, será experimentado a aquarela com tintas de flores através do processo de maceração, como funciona a coleta consciente da matéria e suas possibilidades.
22/07 (sáb) às 15h: Família MAM + Férias no MAM
Oficina de danças e brincadeiras populares brasileiras com o Núcleo Histórias de Comadres.
A oficina explora passos, ritmos e musicalidade de diferentes danças populares e brincadeiras do Brasil como o Jongo, o Samba de Roda, o Afoxé, o Cacuriá, a Ciranda e o Coco.
23/07 (dom) às 15h: Domingo MAM
Visita à exposição Elementar: fazer junto com experiência poética com MAM Educativo
A exposição Elementar: fazer junto apresenta obras, experiências artísticas e educativas que fazem parte do acervo do Museu de Arte Moderna de São Paulo. O MAM educativo convida o público a conhecer a mostra a partir de uma visita mediada que será acompanhada de experiências poéticas.
25/07 (ter) às 14h30: Família MAM + Férias no MAM
Visita ao mundo MAM no Minecraft Education Edition com MAM Educativo
A partir da exposição que só existe na plataforma Minecraft: Educational Edition visitaremos o museu, seu Jardim de Esculturas e diversas obras de seu acervo dentro da plataforma do jogo. Trazendo reflexões sobre o concretismo, neoconcretismo e as intersecções entre jogo, educação e artes visuais.
25/07 (ter) às 19h: Contatos com a arte
Ressoar vozes de mulheres negras com Sansorai Oliveira
Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra, data com o propósito de dar visibilidade ao papel da mulher negra na história brasileira. Apresentaremos artistas visuais que utilizam esta linguagem como manifestação de suas experiências cotidianas.
26/07 (qua) às 10h30: Família MAM + Férias no MAM
Brincar junto no Jardim de Esculturas com MAM Educativo
A partir de um repertório especialmente selecionado pelo MAM Educativo, a atividade convida as crianças para uma maratona de brincadeiras ao ar livre no espaço do Jardim de Esculturas do mam.
27/07 (qui) às 14h30: Família MAM + Férias no MAM + Arte e Ecologia
Ser bebê é natural com Ana Thomé
Com ambiente planejado e propostas simples de exploração livre, ofereceremos aos bebês um momento para brincarem com a natureza junto de suas famílias.
27/07 (qui) às 16h: Contatos com a arte
Artistas mulheres no Museu de Arte Moderna com Amanda Falcão e Amanda Paralela
Neste encontro, convidamos o público para uma conversa sobre algumas artistas que fazem parte da história do museu, buscando a ampliação de repertórios e propondo reflexões sobre a diversidade e a potência da mulher no campo das artes.
28/07 (sex) às 10h30: Família MAM + Férias no MAM
Elementar: tecer junto com Amanda Falcão
Assim como os contos e as histórias, os trabalhos manuais estão presentes em nossa sociedade há milhares de anos, costurando fios entre gerações. Neste encontro propomos a interação entre as duas tramas assim como a ativação de um grande tear coletivo.
29/07 (sáb) às 15h: Família MAM + Férias no MAM
Uma gota de rio: criando pinturas líquidas
Em São Paulo, os rios estão por toda parte, por mais que não seja possível vê-los ao ar livre. Nesta oficina, brincaremos com gotas de tintas como se fossem as gotas dos rios, criando pinturas e desenhos líquidos para percorrer nossos caminhos.
30/07 (dom) às 15h: Domingo MAM
Criação de ficções: Oficina de experimentação com tinta spray com Daniel Cruz
Nesta oficina, utilizaremos nossa liberdade de composição para construir cenários com tinta spray, inspirados no grafite e na arte de rua, e os personagens de nossas histórias.
SERVIÇO:
Museu de Arte Moderna de São Paulo: Av. Pedro Alvares Cabral, s/nº – Parque Ibirapuera. Ter./dom.: 10h/18h. Ingressos a partir de R$12,50. Site: mam.org.br.
De origem chinesa, a xilogravura é uma técnica milenar que possibilita a reprodução de imagens na madeira passadas para papel ou outro suporte. No Brasil, ficou muito associada às ilustrações dos folhetos de cordel na região Nordeste do país. Já pensou em aprender essa técnica?
Neste sábado (17), o movimento cultural Sarauê promoverá em Parelheiros, na zona sul de São Paulo, uma oficina gratuita de xilogravura, das 15h às 17h30, na Casa di Fatel. Com capacidade para 12 pessoas, a atividade teórica e prática será ministrada pelo artesão, cordelista e produtor de eventos João Gomes de Sá.
Após a oficina, o coletivo exibirá para 25 pessoas o filme “Inferno de Pedra”, das 18h às 20h30. Dirigido por Huytilan Mazahua, o longa narra a história de um cangaceiro que, apesar das dificuldades de morar na cidade grande, encontra proteção em entidades fantásticas a partir de uma condição: não perder de vista as suas raízes culturais.
No dia seguinte (18), será realizada uma visita, das 15h às 18h30, ao Estúdio Popular Coletivo Sertãoperifa, no Recanto Campo Belo. O Sertãoperifa é um coletivo de Parelheiros que busca fortalecer e dar visibilidade à arte popular a partir da organização de eventos, como bailes de forró e rodas de conversa. Com transporte e alimentação inclusos, a atividade está limitada a 15 pessoas.
Para participar das ações do projeto “Nosso quintal é maior que o mundo”, é preciso se inscrever por meio de formulário digital. Segundo a produtora cultural, Joziane Soares, o objetivo dessa iniciativa é desenvolver o sentimento de pertencimento da população com o território a partir da pluralidade de linguagens artísticas.
Fundado em 2015, o movimento cultural Sarauê promove, a cada dois meses, um sarau na praça Júlio César de Campos, com atrações como dança, poesia, lançamento de livro e exposição de arte. Além do sarau, são realizadas ao longo do ano ações para formação cultural dos moradores da região. As atividades são divulgadas no perfil @sarauesarau.
De uma ponta a outra da avenida mais famosa da cidade de São Paulo, você encontra instituições culturais com mostras gratuitas em cartaz. Atualmente, na Paulista, há 11 exposições abertas com assuntos e trabalhos de artistas diferentes.
Quem gosta de grafite e mostra imersivas deve conferir a programação do Sesc e do Itaú Cultural; os amantes da fotografia precisam dar um pulinho no Instituto Moreira Salles; quem prefere pinturas, o Masp toda terça-feira tem entrada gratuita, e atualmente está com uma exposição do artista francês Paul Gauguin. Confira mais detalhes das exposições que você pode conferir sem gastar um real.
Japan House
Crédito: Amanda Perobelli/Estadão
Você já deve ter sido impactado nas redes sociais com imagens de miniaturas de cenas do cotidiano em que brócolis, por exemplo, fazem as vezes de árvores. O mestre dessas criações é o fotógrafo japonês Tatsuya Tanaka, idealizador do projeto “Miniature Calendar” realizado em suas mídias sociais, onde publica fotos das miniaturas que cria. A Japan House apresenta 37 maquetes elaboradas por Tanaka, algumas inéditas feitas especialmente para o público brasileiro.
Gosta de exposições instagramáveis para publicar selfies nas redes sociais? A retrospectiva “vividas absolutamente fantasiosas” do coletivo de artistas Assume Vivid Astro Focus (avaf) é perfeita para servir de fundo de várias fotos. A mostra é uma grande instalação interativa e imersiva com vídeos e papéis de parede produzidos nos últimos 20 anos pelo avaf. Os visitantes podem interagir com máscaras e fantasias, além de luzes e projeções, para arrasar nos cliques.
Atualmente há três exposições em cartaz no Itaú Cultural. A principal é “Além das ruas: histórias do graffiti”, que traz obras de diversos artistas que representam partes diferentes da história da arte de rua. No térreo, está a Ocupação Dona Onete, rainha do Carimbó. A exposição apresenta fotos, trajes e vídeos que retratam o engajamento da artista nas raízes das manifestações artísticas do Pará. No segundo piso, encontra-se a homenagem a Olavo Setúbal, banqueiro e fundador do Itaú Cultural. A exposição conta com obras de arte, objetos pessoais e documentos para contar a trajetória do empresário, que também foi prefeito da cidade de São Paulo (1975–1979).
Toda terça-feira, a entrada no Museu de Arte de São Paulo (Masp) é gratuita. A programação deste ano é dedicada a Histórias Indígenas. No segundo subsolo, estão as obras do grupo Mahku (cuja exposição termina neste domingo, 4/6); enquanto, no primeiro, as de Carmézia Emiliano. O Expresso Bairros visitou as duas mostras. Uma das principais atrações do ano do museu é a individual “Paul Gauguin: o outro e eu”, que reúne 40 obras, entre pinturas e gravuras, discutindo de maneira crítica a relação do artista francês com a ideia de alteridade e da exotização do “outro”.
Avenida Paulista, 1578.
Ter. 10h/20h; qua./dom.: 10h/18h. Site.
Ingressos a partir de R$ 30. Terça-feira: Grátis.
Instituto Moreira Salles
Crédito: Tiago Queiroz/Estadão
Para quem gosta de fotografia, o Instituto Moreira Salles é parada obrigatória. Estão em cartaz duas exposições que trabalham com o registro fotográfico de maneira bem distinta. Em “Imagem como Presença”, a artista Iole de Freitas apresenta fotos e filmes em Super 8 e 16 mm feitos na década de 1970 em que registra o seu corpo em diversas situações, algumas incômodas. A exposição “Chile 1973” traz os registros do enterro do poeta Pablo Neruda (1904–1973) feitos pelo fotojornalista Evandro Teixeira. Dia 8 de junho abre a mostra “Fotografia habitada, antologia de Helena Almeida”, que traz 120 obras da artista portuguesa, cuja produção investiga temas como a autorrepresentação da mulher e as fronteiras entre os gêneros artísticos.
Na ponta final da Avenida Paulista, está a galeria Gomide & Co, que abriu neste ano sua nova sede no endereço. Até julho, quem visitar a galeria pode conferir a mostra “Um alegre teatro sério”, individual de Teresinha Soares. A exposição apresenta um pequeno recorte da produção da artista mineira com trabalhos dos anos 1960 e 1970 sobre o corpo e o prazer feminino. (De 8 a 13 de junho, a exposição estará fechada por motivos de manutenção interna.)
Ao cair da noite, nas margens do rio São Francisco, surgem os muruins. “Os muruins são uns mosquitinhos pequenos que irritam, mas não tem o que fazer. Se você for ver o pôr do sol na beira do rio, ele estará ali com você”, explica o artista davi jesus do nascimento (cujo nome gosta de escrever em letras minúsculas).
Atento ao som das palavras e tudo que acontece nas margens do Velho Chico, davi batizou sua primeira exposição individual em São Paulo com o título “Na boca da noite, os muruins”, em cartaz no Instituto Çarê, na Vila Leopoldina, até 24 de junho.
davi é como os muruins: uma presença delicada, mas impossível de passar imperceptível. O jovem, de 26 anos, também vive à beira do rio São Francisco. Nasceu e mora em Pirapora, cidade ribeirinha no norte de Minas Gerais. As referências geográficas são importantes para situar e entender o trabalho de davi. Após morar cinco anos em Belo Horizonte, o artista voltou para sua cidade natal e compreendeu que estar ali era fundamental para sua produção.
“Viver a experiência do dia a dia de estar no meu território faz com que o meu trabalho se torne mais verdadeiro. Porque eu não estou aqui passando uns dias, eu vivo aqui”, afirma.
As primeiras referências artísticas de davi vêm de seu círculo próximo: o primo Jorge, escultor carrancas, e o pai, marceneiro, de quem herdou o nome Davi Jesus Nascimento.
Na atual mostra em cartaz, o artista apresenta todo esse universo familiar não apenas de sangue, mas de afeto. Começando pela cor marrom das paredes do espaço expositivo, pintada com tinta colorida com pigmentos vindos da terra, o tom está presente na maioria das obras: no sépia das fotografias de família, na madeira e no tamarindo usados nas instalações, nos desenhos e nas aquarelas.
Na série “gritos de alerta”, que abre a exposição, davi explora outra imagem muito presente em seu trabalho, a carranca. A partir do símbolo visto nas proas das embarcações que navegam no rio São Francisco, o artista cria um hieróglifo próprio. Com palavras em português, o artista mostra-se um guardião da oralidade de Pirapora. “Minha escrita é baseada na experiência de conversa cotidiana que tenho com a minha família. Costumo dizer que falo o dialeto barranqueiro”, ressalta.
Preservar, observar e ressignificar são verbos-chave para compreender a obra de davi, que trabalha como um arqueólogo de suas origens, recolhendo fotografias e vestígios de sua família e de sua cidade.
Em uma das salas, uma foto de sua mãe, Eliane Vieira do Nascimento, está fixada na parede com pregos grossos de uma antiga embarcação — o artista guardou esses pregos durante muito tempo até decidir como usá-los. Em um antigo galão de combustível de barco, fez uma instalação sonora com um áudio de sua bisavó paterna, Francisca Reis, que viveu até os 104 anos.
O jovem não traz só suas raízes para o eixo comercial Rio-São Paulo, mas faz questão de que galeristas, colecionadores e curadores que queiram conhecer a sua produção viajem até Pirapora, que está a 350 km de Belo Horizonte. “É do curso do trabalho. Acho bom ver as coisas saírem daqui de um jeito cuidadoso, afinal, é daqui que tudo nasce”, conclui.
De margem a margem
Assim como davi vive às margens de um rio, o Instituto Çarê, onde a exposição está em cartaz, fica também às margens — à margem do circuito de arte da zona oeste paulistana, centralizado em Pinheiros, Vila Madalena e Jardins, e próximo das margens do rio Pinheiros. “Aqui, na vila Leopoldina, não temos aparelhos culturais parecidos com o Çarê”, afirma Fabrício Lopez, diretor na instituição.
O Çarê foi inaugurado em 2019 com intuito de promover projetos que envolvam artes, música, educação e pesquisa. O espaço funciona como braço cultural do Instituto Acaia, uma escola experimental que atende em sua maioria crianças e adolescentes das favelas do Nove, da Linha e do Conjunto Habitacional Cingapura Madeirite, próximas à Ceagesp, em São Paulo.
Desde sua abertura, o instituto já promoveu duas exposições, a primeira “Axs Nossxs Filhxs”, da artista plástica LIA D Castro, em 2019, e uma individual do artista americano Fred Sandback (1943–2003), em 2022. A ideia é montar pelo menos duas exposições ao ano, uma em cada semestre. “Na boca da noite, os muruins” abre o ano expositivo de 2023 do Çarê.
“Fizemos uma primeira exposição internacional, que foi muito bonita, mas estava deslocada do que é o centro de gravidade do instituto. Aí, vem o davi com quem acertamos no alvo. Um artista jovem brasileiro com uma linguagem contemporânea e universal, mas que fala e trabalha a partir de um centro regional”, explica Lopes.
Além da exposição em cartaz até 24 de junho, nos próximos dois meses o Çarê traz, em sua programação, atividades gratuitas que envolvem música, literatura e cinema. Confira:
19 de maio: show Jean Garfunkel duo — O Sertão na Canção.
20 de maio: rodas de leitura de Guimarães Rosa com Cecília Marks e o ator Odilon Esteves.
2 de junho: show com Pedro Surubim, Priscila Magela, Anabel Andrés e Bicho Carranca.
3 de junho: sessão de cinema comentado com o coletivo Cine Barranco.
Serviço
Instituto Çarê: R. Dr. Avelino Chaves, 138, Vila Leopoldina.
Ter./sáb.: 13h/18h.
Instagram: @institutoculturalcare. Grátis.
O bairro dos Jardins é um lugar conhecido pelos casarões da alta sociedade paulistana e pelo circuito de galerias de arte da cidade, que mistura nomes tradicionais, como Luisa Strina, Dan, Nara Roesler e Triângulo, e novos — a exemplo de Zipper e Lume. A partir desta terça-feira (11/4), o número 365, na rua Venezuela, se junta ao grupo. Ali, está a Artra, novo espaço de exposição e venda de obras de arte.
Este é o primeiro empreendimento de Anita Kuczynski, que nasceu rodeada de trabalhos de Alfredo Volpi, Tarsila do Amaral, Mira Schendel e outros grandes artistas brasileiros. Seu pai, Paulo Kuczynski, é um dos principais marchands da cidade de São Paulo. Após trabalhar em galerias de mercado primário e no escritório de arte da família, a jovem, de 29 anos, resolveu empreender com ajuda de sua sócia, a empreendedora Shannon Chang.
“Essa é a primeira vez que tenho um espaço onde posso trabalhar de forma autônoma. Escolher as obras e os artistas aos quais quero me dedicar”, explica a galerista ao Expresso Bairros. O espaço escolhido para sua estreia é um casarão dos 1950, que já estava preparado para receber obras de arte, porque antes recebeu o projeto Gema Gema Gema, voltado para jovens artistas.
O local abriga ainda o Tau Cozinha, capitaneado pelos chefs Gabriel Haddad e Fabio Battistella. Ocupando a cozinha e a sala de jantar da casa, os cozinheiros promovem jantares intimistas com um menu fechado de pratos vegetarianos (a partir de R$ 180) para degustar. É preciso agendar seu lugar na mesa de jantar.
“É um ambiente acolhedor e mais intimista do que o cubo branco das galerias de arte”, ressalta Anita. O espaço residencial é sedutor para apresentar obras de arte para colecionadores, pois incita os clientes a imaginar como telas, gravuras, esculturas e objetos poderiam ser instalados em jardins, quartos e corredores de suas casas.
O modelo de negócio de Anita também se difere do escritório de arte do pai e das galerias em que trabalhou. A Artra não terá acervo próprio nem representará artistas. As exposições são montadas a partir da consignação de trabalhos para apresentar e vender, fazendo parte de um projeto curatorial elaborado pelas sócias. Elas também estudam receber iniciativas de outros agentes do sistema de arte como galeristas, curadores, pesquisadores, artistas e art advisors.
Um bom começo
O contato com arte, vindo desde o berço, refinou o gosto da marchand que pretende se dedicar apenas a artistas consagrados. O projeto escolhido para abrir a Artra mostra que Anita não está para brincadeira: uma individual do artista Nelson Leirner (1932 – 2020).
“É um artista que gosto muito do trabalho e com quem eu sempre tive muita afinidade. Ele morreu em março de 2020, quando estourou a pandemia de Covid-19 no Brasil. Na época, não foi possível prestar a devida homenagem. Escolhi abrir o espaço com trabalhos do Nelson para celebrá-lo e para que seu nome não caia no esquecimento”, ressalta.
Leirner foi um dos mais provocativos e importantes artistas brasileiros. Trabalhou com pintura, gravura, desenho e instalações. Sua obra, muitas vezes bem-humorada, fazia provocações e críticas à sociedade. Uma de suas ações mais célebres foi o envio de um porco empalhado para o 4º Salão de Arte Moderna de Brasília, em 1967, que foi aceito para a surpresa do artista, que depois questionou os critérios de seleção do evento.
A mostra “Por uma outra lógica” apresenta trabalhos produzidos por Leirner entre os anos 1960 e 2010. O público poderá conferir os icônicos “Homenagem a Fontana” e “Você faz parte” (iniciadas nos anos 1960) e raridades — a exemplo da série “Uma linha dura… Não dura” (anos 1970) e suas obras de forte carga erótica, de 1964.
Para acompanhar a mostra, Anita prepara ainda um catálogo com texto do crítico Tadeu Chiarelli, ex-curador-chefe de importantes museus brasileiros, como Pinacoteca do Estado de São Paulo e Museu de Arte Contemporânea, e projeto gráfico de Raul Loureiro, que já assinou o design de catálogos do Masp e livros da Companhia das Letras.
O Theatro Municipal de São Paulo abriu à população, no dia 9/12, a mostra “Presente! – Presenças negras no Theatro Municipal de São Paulo”. Exposta na Praça das Artes, anexo do teatro no centro da cidade, o trabalho traz fragmentos da presença negra na história do espaço.
A mostra é costurada por depoimentos dos profissionais negros que trabalham atualmente na casa e, ao mesmo tempo, celebra a passagem de ícones da arte brasileira e mundial pelo espaço. Nomes como Ella Fitzgerald; Charles Mingus; Alvin Ailey; Duke Ellington; Milton Nascimento; Abdias do Nascimento; Elizeth Cardoso, entre outros.
Responsável pela curadoria e coordenador do Núcleo de Acervo e Pesquisa do Complexo, Rafael Domingos destaca a relevância das obras desses artistas para que o local tenha se tornado uma referência cultural no país.
“Apesar disso, por muito tempo, o Theatro Municipal foi um espaço elitizado, onde apenas os brancos podiam exibir suas obras”, diz.
O curador pontua ainda que, pela imagem elitizada, poucos sabem que o espaço também era ocupado por artistas negros desde o século 20. “Essa exposição pluraliza a história do teatro e mostra que outros grupos precisaram se organizar para se apresentar no local”, completa.
Um dos momentos em que artistas negros impuseram suas presenças foi quando o Teatro Experimental do Negro (TEN), de Abdias do Nascimento, exibiu a peça “Sortilégio”, na década de 1950. A mostra relembra como, entre os anos 1970 e 1980, a programação teve seu repertório afro-brasileiro fortalecido, culminando na fundação do Movimento Negro Unificado (MNU), em 1978.
Trechos das 34 entrevistas com funcionários negros do teatro são utilizados, estrategicamente, para demarcar a presença atual de artistas, técnicos e funcionários que mantêm o Theatro Municipal.
Serviço
Em cartaz de 9/12/2022 a 29/3/2023
Visitação: de terça-feira a sábado, das 10h às 18h
Classificação livre
Entrada gratuita