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Os moradores da Grande São Paulo e os turistas que visitarem a capital poderão aproveitar os descontos e promoções que fazem parte da São Paulo Best Week (SPBW) até 3 de janeiro. A iniciativa é da SPTuris, empresa de turismo e eventos da Prefeitura, como forma de diminuir a queda das atividades comerciais que normalmente acontece nos últimos dias do ano.
Os descontos chegam a 25% em mais de 40 hotéis de todas as regiões, além passeios gratuitos e promoções em restaurantes, bares, comércio e serviços. As ofertas podem ser consultadas pelo site www.spturis.com/spbw.
Fazem parte da São Paulo Best Week os bares Guanabara, Brahma, Leo e Boteco 28 (Farol Santander), todos no centro; os hotéis paulistanos da plataforma Let’s Atlantica, que tem mais de 180 unidades em todo o País, os restaurantes L’Entrecote D’Olivier Rooftop e Alcachofra Natural e o histórico e recém reaberto Café Girondino.
Entre os passeios, com alguns dias gratuitos, estão os museus de Zoologia, o de Arte Sacra, da Língua Portuguesa, de Arte Contemporânea, da Imigração, a Japan House e o das Favelas, que abriu o novo endereço, ao lado do Pátio do Colégio, bem no centro da cidade.
Os estabelecimentos que tiverem interesse em participar ainda podem cadastrar suas ofertas. Basta entrar no site citado acima e seguir as instruções.
Conhecida nacionalmente pela produção e distribuição do açaí, a gastronomia do Norte do Brasil reúne sabores que carregam a ancestralidade indígena, portuguesa e africana nas refeições.
Do exotismo do jambu à popular farinha de mandioca, a cozinha nortista é composta pela diversidade de peixes de água doce, castanhas, frutas nativas e preparos quase ritualísticos, como a maniçoba, prato típico do Pará que precisa de 5 dias de cozimento.
Mesmo com certa dificuldade para encontrar ingredientes, as receitas tradicionais, pouco a pouco, vêm se espalhando por São Paulo. Quer fazer a prova? Conheça dez restaurantes paulistanos que te levam até os sabores da região Norte.
Banzeiro
Reconhecido pelo Guia Michelin Bib Gourmand 2020 como um dos melhores restaurantes com relação custo benefício, o Banzeiro é comandado pelo chef manauara Felipe Schaedler e mescla técnicas contemporâneas de preparo e sabores amazônicos. Oferece um cardápio com muitas opções de pescados de rio, como a costelinha de tambaqui agridoce (R$ 56), a matrinxã assada na folha de bananeira (R$ 195) e o bao de tucumã e queijo (R$ 26). Funciona de segunda a sábado, das 12h às 15h30 e das 19h às 23h30; e domingo, das 12h às 16h30. Serviço de refeição no local, delivery e retirada.
Com unidades no centro e na zona norte, o Quintal Paraense iniciou literalmente no quintal da chef Karina Fonseca. Seguindo à risca a tradição das barraquinhas da cidade de Belém, o restaurante trabalha com pratos típicos sem nenhuma firula, como o vatapá de camarão paraense (R$ 53), o arroz de pato no tucupi (R$ 49) e opções veganas, com o arroz paraense de cogumelos (R$ 50) e a maniçoba de carne de jaca (R$ 54). O espaço também promove aulas de carimbó e celebra o Círio de Nazaré. Funciona de quarta a sexta, das 16h às 22h; e sábado e domingo, das 12h às 22h. Serviço de refeição no local, delivery e retirada.
Onde: rua Augusta, 1291, Consolação – dentro do Calçadão Urbanoide e na Horácio Vergueiro Rudge, Casa Verde – Instagram: @quintalparaense
Casa Tucupi
Com menu sazonal, a Casa Tucupi é o primeiro restaurante acreano em São Paulo. Apresentando-se como um espaço multicultural, o menu oferece da clássica baixaria (R$ 38), prato composto por cuscuz de milho, carne moída, cheiro-verde e ovo frito, até a seção “acreana vai à praia”, dedicada aos frutos do mar, com arroz de polvo no tucupi (R$ 88). Para os dispostos a se aventurar por sabores mais exóticos, a chef Amanda Vasconcelos desenvolveu o creme de graviola com formiga Saúva (R$ 32). Funciona de quarta a domingo, das 12h às 16h30 no almoço, e 18h30 às 21h30 no jantar. Serviço de refeição no local, delivery e retirada.
Inaugurado em 2021 durante a pandemia, o restaurante Culinária Paraense ocupa uma sala dentro do lava-jato da família Gomes, que migrou para a zona leste em 2016. Com ingredientes vindos diretamente do interior do Pará, o lugar reproduz pratos como o tacacá (R$ 20), o camuquim (R$ 28) e a unha de carangueijo (R$ 10); além de comercializar produtos congelados, entre eles o litro do açaí (R$ 40) e a farinha de tapioca (R$ 8). Funciona de quarta a domingo, das 12h às 22h. Serviço de refeição no local, delivery e retirada.
Com um ambiente repleto de referências à cultura amazônica, o restaurante Amazônia Soul tem como carro-chefe “o melhor açaí do mundo”, puro e orgânico extraído nos açaizais do Pará. Entre as opções, o pastel de pato no tucupi (R$ 26) e a isca de dourada (R$ 44,90) são boas pedidas para quem ainda tem medo de se aventurar pelos novos sabores. Funciona de segunda a sábado, das 12h às 22h; e aos domingos, das 12h às 18h. Serviço de refeição no local, delivery e retirada.
Onde: rua Áurea, 361, Vila Mariana – Instagram: @amazoniasoulsp
É do Pará
Mesclando bar, restaurante e empório, o É do Pará tem unidades nos bairros Morumbi e Saúde. Com um cardápio detalhado, a casa tem a opção de prato degustação, com maniçoba, vatapá, arroz paraense, casquinha de caranguejo, caruru e farofa de mandioca (R$ 95). Funciona de terça a domingo, das 10h às 18h. Serviço de compra no local e delivery.
Onde: Av. Miguel Estefno, 240, Vila da Saúde e rua Germano Ulbrich, 5, loja 2, Vila Andrade, Morumbi –Instagram: @edoparasp
Amazônia Casa Brasileira
Em funcionamento desde 2008, o restaurante é dedicado à culinária paraense de raiz. Com serviço à la carte, a cozinha comandada pelo chef Paulo Leite oferece buffet self-service com os clássicos paraenses aos finais de semana: pato no tucupi, peixada, caranguejada, maniçoba, vatapá do pará, caruru e pirarucu de casaca. Funciona de terça a domingo, das 12h às 15h para o almoço; e de quarta a sábado, das 19h às 23h para o jantar. Serviço de refeição e retirada.
São Paulo é a terceira melhor cidade do mundo na categoria restaurantes, atrás apenas de Tóquio (Japão) e Seul (Coreia do Sul). Isso segundo o ranking do relatório “The World’s Best Cities” de 2023, realizado pela consultoria internacional Resonance Consultancy. A análise considera dados acerca de investimentos, qualidade de vida e viagens e tem categorias como vida noturna, museus, segurança e número de check-ins no Facebook — na qual a Capital paulista fica em quarto lugar.
De acordo com o relatório, “com a maior população de descendentes de italianos fora da Itália, a maior comunidade de descendentes de japoneses fora do Japão e uma grande comunidade do Oriente Médio, as delícias culinárias são uma certeza”. São Paulo também foi escolhida como a 33ª melhor cidade do mundo — um avanço em relação à edição passada, em que havia ficado em 44º.
Para todos os gostos
Maior capital da América Latina, São Paulo tem, segundo dados da Secretaria Municipal de Relações Internacionais, 30 mil bares em funcionamento e cerca de 20 mil restaurantes.
Existem opções para todos os gostos: no guia de estabelecimentos do site da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes Seccional São Paulo (Abrasel SP), por exemplo, eles estão divididos em 47 categorias, passando por hamburguerias, self-service, churrascarias, restaurantes italianos, tailandeses, indianos, peruanos, mexicanos e vegetarianos ou veganos.
E, para os que não consomem produtos de origem animal, São Paulo é atualmente a cidade latina com o maior número de restaurantes veganos, de acordo com o ranking de uma pesquisa da plataforma americana Happy Cow e da organização britânica Veganuary.
Reconhecimento
A Capital paulista é ainda lar de nove locais premiados pelo Guia Michelin. Com duas estrelas, destacam-se o restaurante D.O.M, do chef Alex Atala, e o Ryo Gastronomia, do chefEdson Yamashita, de comida japonesa. Já o prêmio de uma estrela foi concedido a sete estabelecimentos: o Kan Suke, o Jun Sakamoto, o Kinoshita e o Huto, de cozinha japonesa, o Picchi, de culinária italiana, o Evvai e o Maní, da chef Helena Rizzo.
Outros 30 receberam o selo Bib Gourmand, uma categoria que reconhece casas que atendem aos padrões exigentes do guia enquanto servem pratos com um bom custo-benefício. Nesta categoria, estão locais como A Casa do Porco, o Arturito da chef Paola Carosella, a italiana Casa Santo Antônio e a libanesa Brasserie Victória.
Além de terem sido agraciados com estrelas Michelin, os nove restaurantes têm também em comum a localização. Estão em bairros mais centrais, como Itaim Bibi, Pinheiros, Moema, Jardim Paulistano e Vila Nova Conceição, considerados nobres. Mas, ainda que os destinos culinários da região central sejam mais conhecidos dos turistas e visitantes, responsáveis por restaurantes na periferia paulistana estão deixando marcas cada vez mais expressivas no que diz respeito à diversidade gastronômica da cidade.
É o caso de Thiago Vinícius de Paula da Silva, de 34 anos, um dos dois brasileiros que integram uma lista de 50 jovens que estão moldando o futuro da gastronomia, organizada pela World’s 50 Best Restaurants. Junto com a mãe, a chef Tia Nice, ele está à frente do Organicamente Rango, que fica na Vila Pirajussara, na zona sul, e busca estimular a geração de renda na região e difundir a alimentação orgânica e saudável. Em 2022, eles viabilizaram a distribuição de mais de 150 mil marmitas para 2.139 famílias dos distritos Vila Sônia, Taboão da Serra, Vila Andrade, Campo Limpo, Capão Redondo e Jardim São Luiz.
Segundo ele, a valorização da periferia tem despontado como uma tendência, com direito a roteiros gastronômicos das favelas da cidade de São Paulo que têm o potencial de criar uma cidade mais conectada e vão além de polos gastronômicos consagrados como a Mooca, a Liberdade e o Bom Retiro.
“Isso vem crescendo junto com a nossa capacidade de mostrar que São Paulo não é só Pinheiros, não é só Oscar Freire. É os nossos Jardins, mas é o Jardim Ângela, Jardim Rosana”, defende.
O processo, conta, é importante para alargar os horizontes de quem busca entender São Paulo, e tem repercussões econômicas e culturais que se estendem para além da culinária. “Temos 30 pessoas que trabalham no Organicamente Rango. Essas pessoas moram aqui (na região), deixam o filho na creche e vem pra cá, e isso tem uma importância gigantesca de qualidade de vida pro morador da periferia”, ressalta o empreendedor.
Direito à cidade
O sábado é o dia em que mais se observa pessoas de fora da comunidade nas mesas do restaurante. O local impressiona pelo sabor dos pratos — entre eles clássicos brasileiros como o baião de dois, a moqueca e a feijoada, inclusive em versões vegetarianas —, mas também, segundo Thiago, pelo tamanho e o valor acessível pago por ele.
Ao fortalecimento da economia local e a valorização da cena periférica, ele acrescenta que a inclusão desses locais no circuito gastronômico paulistano são uma forma de criar inclusão social. “Culturalmente, fortalece a questão do direito à cidade, né? Da mesma forma que nós queremos andar no centro sem parecer suspeito, a gente quer que as pessoas do centro também venham na nossa quebrada para poder comer aquele rango que alimenta não só o nosso corpo, mas nossa alma, para enfrentar os desafios do dia a dia”, pontua.