Cuidados simples no arranjo dos móveis e no jeitão de cada cômodo melhoram a qualidade de vida na velhice
Dificuldades de mobilidade e acidentes domésticos estão entre os principais desafios enfrentados pelos idosos. De acordo com o Sistema Único de Saúde, 75% das lesões sofridas por pessoas com mais de 60 anos ocorrem dentro de casa. Para evitar (ou reduzir esses problemas), arquitetos e designers de interiores sugerem medidas que aumentam a segurança. A reportagem é de Pedro Marques.
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BANHEIROS
É a área que merece mais atenção. Piso antiderrapante no box e assento para banho são essenciais. “Também é importante instalar barras de segu – rança na área do lavatório e da bacia sanitária”, acrescenta Erika Mello, da Andrade & Mello Arquitetura. No caso dos tapetes, pode ser melhor se livrar deles. “O ideal, para evitar escorregões e tropeços, é retirá-los. Outra solução é usar tapetes anti-derrapantes ou fixadores de silicone em cada ponta”, sugere o arquiteto José Carlos Guerra, coordenador dos cursos de Arquitetura e Urbanismo no Centro Universitário Eniac.
ILUMINAÇÃO
Problemas de visão costumam piorar com o tempo, por isso a luz natural deve ser usada ao máximo. Quando não for possível, o jeito é pensar na iluminação interna com lâmpadas claras. “Outra sugestão é a instalação de sensores de iluminação, que detectam a presença do morador e facilitam a vida dos idosos”, explica Bianca Atalla, do escritório Oliva Arquitetura.
SALA
Nesse cômodo, a dica é colocar um sofá mais firme, para manter a coluna do morador ereta. “Busco por modelos que mantenham as costas em um ângulo de quase 90º e que os pés alcancem o chão”, diz Fernanda Mendonça, do Oliva Arquitetura. Tapetes podem ser usados, desde que corretamente posicionados. “O tapete precisa avançar cerca de 20 cm para baixo do sofá. Se não houver essa possibilidade, a dica é fixar as pontas com fitas adesivas antiderrapantes”, explica Renato Andrade, do escritório Andrade & Mello Arquitetura.
CADEIRAS E POLTRONAS
“Braços para apoio na hora de levantar ou sentar auxiliam no equilíbrio e proporcionam maior segurança”, diz o médico José Sallovitz, cardiologista e coordenador da Allianz Assistance.
QUARTO
A altura da cama precisa ser adaptada para o morador e facilitar que ele se deite e se levante sem esforço. Para quem passa bastante tempo sentado na cama, uma cabeceira pode ser importante para manter a coluna ereta. Já os criados-mudos e outros móveis (inclusive em outros ambientes) devem ter quinas arredondadas. “A ponta de uma quina convencional pode deixar feridas na pele mais delicada”, diz Flávia Ranieri, arquiteta especializada na adaptação de ambientes para moradores da terceira idade.
PORTAS
Para facilitar a passagem, se o idoso usar andador ou cadeira de rodas, a recomendação é que as portas tenham no mínimo 80 cm de largura (90 cm, porém, é a medida mais adequada).
COZINHA
O ideal é que a altura do mobiliário da cozinha esteja de acordo com a altura do idoso, diminuindo o esforço e o uso de bancos ou escadas, que podem levar a quedas. “Em geral, as medidas são mais baixas que o padrão”, diz Fernanda, do escritório Oliva. Piso antiderrapante também é indicado para esse cômodo. Para a arquiteta Pati Cillo, da Pati Cillo Arquitetura, o fogão a gás é melhor que o cooktop, pois evita acidentes, como queimaduras.
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