No mundo, o câncer de pele não melanoma representa 5,8% dos casos de câncer. No Brasil, a doença é a mais frequente e corresponde a 30% dos tumores. Não é preciso sentir na pele para mudar a estatística – uma barreira pode estancar esses números.
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Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), devem ocorrer 600 mil novos casos de câncer a cada ano (em 2018 e em 2019). Desse total, 170 mil, também em dados anuais, serão de pele não melanoma. “A principal causa do câncer de pele é a exposição aos raios solares, também chamados de raios ultravioleta. Esses raios agridem a pele, causam um dano às células normais e ao DNA
da célula, podendo levar ao desenvolvimento de um tumor. Por isso, a melhor forma de prevenção
é evitar a exposição”, diz o médico Rafael Schmerling. Ele é oncologista clínico da Beneficência
Portuguesa de São Paulo, integrante do Comitê Científico do Instituto Vencer o Câncer e vice-presidente do Grupo Brasileiro de Melanoma (gbm.org.br).
Além de evitar a exposição solar nos horários em que o sol é mais intenso – entre 10h e 17h
– a recomendação é utilizar algum tipo de barreira para proteger a pele, a exemplo de camiseta
de manga longa e chapéus, e também buscar locais com sombras e aplicar protetor solar.
Médica dermatologista assistente do serviço de Dermatologia da Santa Casa de São Paulo e do núcleo de câncer da pele do A.C. Camargo Câncer Center, Adriana Pessoa Mendes Eres lembra que é preciso usar protetor mesmo em dias nublados. “Amanheceu, tem radiação ultravioleta; 90% da radiação ultrapassa as nuvens.”
A indicação é: meia hora antes de sair de casa, aplicar um filtro solar com fator acima de 30 ou 50 e, para quem vai ficar exposto ao sol, reaplicar a cada duas horas. “Vai começar o verão, as pessoas vão à praia, piscina e têm de usar o protetor antes de sair, no corpo todo, em todas as regiões. Não esquecer dorso dos pés, pescoço e orelhas.”
Quanto às barreiras físicas, Adriana sugere recorrer às roupas com proteção UV já disponíveis no mercado. “Uma camiseta normal tem fator de proteção em torno de 15. As roupas com proteção UV chegam a 50 em relação ao ultravioleta. Hoje em dia, há chapéus, camisetas, roupas de ginástica e saídas de banho com esse tipo de proteção. Só se queima quem realmente quer. É lógico que todo mundo quer se divertir, aproveitar o verão, mas a ideia é se expor de maneira racional, adequada e preventiva.”
O CÂNCER MAIS FREQUENTE NO PAÍS
O câncer de pele mais comum é o carcinoma basocelular, seguido pelo carcinoma espinocelular e depois o melanoma – que pode levar à morte. “O melanoma é o câncer que se apresenta na forma de uma pinta – normalmente uma pinta escura, que cresce e que tem características
diferentes das outras pintas normais. Os carcinomas podem aparecer como nódulos, normalmente nódulos rugosos, grosseiros, ou mesmo como pequenas feridas que não se resolvem”, explica o oncologista Rafael Schmerling.
O principal fator de risco para o melanoma na fase adulta são as queimaduras solares na infância e na adolescência. Quando diagnosticado precocemente, porém, o câncer de pele tem grandes chances de cura. “Ao detectar uma pinta em crescimento, uma pinta que é diferente das outras ou nódulos de pele, ou ainda uma ferida que não se resolve, procure um médico para fazer uma avaliação.”
TEM MAIOR CHANCE DE DESENVOLVER CÂNCER DE PELE AS PESSOAS…
… de pele clara e olhos claros
… idosas
… que têm doenças da imunidade
… que têm muitas pintas
… que têm antecedente familiar
… que já tiveram câncer de pele
… que tiveram queimaduras solares na infância
… que fizeram bronzeamento artificial
… que enfrentam situações raras, genéticas, a exemplo de albinismo, xeroderma pigmentoso e síndrome do nevo basocelular (Gorlin-Goltz)
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