Especialistas dão dicas sobre como lidar com jovens que já estão online e os que vão ganhar o primeiro celular
Ajude seu filho a encontrar verdadeiros modelos de comportamento. “É uma questão de se cercar de influências positivas”, diz Laura Tierney, executiva chefe do The Social Institute, uma organização que ensina a navegar nas mídias sociais de maneira positiva
1. NÃO VÁ DE ZERO A 100
Em vez de dar um smartphone de cara, uma ideia é permitir, para começar, que os filhos troquem mensagens de texto com primo ou amigo em um dispositivo compartilhado pela família. Antes de liberar redes sociais, leve em consideração personalidade, impulsividade e nível de maturidade. Se sua filha tem problemas de autoimagem, um aplicativo como o Instagram talvez não seja adequado.
2. DEFINA LIMITES
Não é por chegar aos 13 anos que a criança está pronta para lidar com todos os problemas que podem vir das redes. Pense nas maneiras menos invasivas de definir limites de tempo e estabelecer uma etiqueta de mídia social, em vez de monitorar constantemente as interações online. Tente também parecer solidário em vez de chocado ou punitivo. Quando você decidir que seus filhos estão prontos, não dê a eles acesso 24 horas por dia, sete dias por semana.
3. FEED DE CONTEÚDO
É fundamental conversar com seu filho adolescente sobre quem ele está seguindo. Os adolescentes precisam ser cautelosos, por exemplo, com sites de dietas ou exercícios. Eles podem inundar o feed e encorajar pensamentos ou comportamentos nada saudáveis.
Diga-me com quem andas
Laura Tierney, fundadora e executiva chefe do The Social Institute, uma organização que ensina alunos dos Estados Unidos a navegar nas mídias sociais de maneira positiva, aconselha os adolescentes a entender suas configurações de mídia social para descobrir por que certos anúncios aparecem em seus feeds. Comece indo às configurações do aplicativo do Instagram e escolha “segurança” e “acessar dados”. Em “interesses de anúncios”, você pode ver as coisas que o Instagram acha que você gosta, com base em seus dados. Ela também sugeriu ajudar seu filho a encontrar verdadeiros modelos de comportamento. “É uma questão de se cercar de influências positivas”, diz Laura.
DADOS ALARMANTES
O Wall Street Journal revelou em outubro de 2021 que pesquisadores do Instagram passaram anos estudando como seu aplicativo afeta usuários jovens e descobriram que ele pode ser particularmente prejudicial para as adolescentes. Segundo a pesquisa, o Instagram piora os problemas de imagem corporal para uma em cada três meninas. Entre os adolescentes que relataram pensamentos suicidas, “13% dos britânicos e 6% dos americanos associaram o desejo de se matar ao Instagram”, relatou o Journal.
O Facebook, dono do Instagram, emitiu um comunicado em resposta, dizendo que “a pesquisa sobre o impacto das redes sociais sobre as pessoas ainda é relativamente incipiente e está em evolução”. O Instagram observou que a mídia social pode ter um “efeito gangorra”, em que a mesma pessoa tem uma experiência negativa em um dia e positiva no outro.
Para alguns pais e mães, as descobertas do estudo não foram uma surpresa, mas levantaram uma questão importante: o que podemos fazer para ajudar nossos filhos a ter uma relação mais saudável com as redes sociais?
Com reportagem de Christina Caron, The New York Times. Especialistas ouvidas pela reportagem: Devorah Heitner, autora de Screenwise: Helping Kids Thrive (and Survive) in Their Digital World; Jean M. Twenge, professora de psicologia da San Diego State University e autora de iGen, um livro sobre adolescentes e jovens adultos e sua relação com a tecnologia; Laura Tierney, fundadora e executiva chefe do The Social Institute. Tradução para o Estadão: Renato Prelorentzou