Nesta seção, a comunidade do Expresso na Perifa conta o que tem visto, lido e escutado por aí, fazendo sugestões de rolês
Ney Matogrossso, a biografia, de Julio Maria | Ed. Companhia das Letras
Que o cantor Ney Matogrosso é um dos maiores artistas do país ninguém duvida. Isso aparece no livro, claro, mas para além da carreira de sucesso, de sua passagem pela banda Secos e Molhados, além de suas performances em cima dos palcos, a obra mergulha na trajetória desde a infância, quando ouvia do pai que não queria ter “um filho viado”, passando pelo relacionamento com o cantor, e também compositor, Cazuza, além de outras facetas profissionais e pessoas de Ney. Resultado de mais de cinco anos de pesquisa, o livro conta com imagens que ilustram alguns episódios. A obra é ótima para ler em qualquer lugar, por conta da forma leve que o biógrafo trilha o caminho para trazer o mais genuíno de Ney.
O garoto do meu pai, de Emmanuelle Lambert | Ed. Autêntica Contemporânea
No livro, a autora narra os últimos dias de seu pai, que sofre com câncer em fase terminal. O título é dividido por dias, em cada um deles, Emmanuelle conta e lembra de episódios que resumem o pai, que trata da relação amorosa entre os dois, mas também contextualiza o que vai acontecendo no quarto onde o pai passa a maior parte do tempo deitado, em estado vegetativo. A leitura cria afeto pelo pai internado, pela filha que sofre, mas também entende a situação de sofrimento. Uma obra que reflete e pensa a morte, mas sobretudo, a vida.
Sentir é o príncipio de tudo, de Thalita Monte Santo | Ed. Patuá
Para explorar as memórias e lembranças, Thalita escreveu e concebeu o livro com textos autorais que se divide em alguns tópicos, como ‘no corpo’ e ‘sentir medo’. Nascida na periferia de Guarulhos, cidade na Grande São Paulo, sempre teve o sonho de ser escritora, isso aparece de formas diferentes nos textos. As poesias ‘Coração em chamas’ e ‘sem GPS’ são alguns exemplos de poesias em que Thalita se diz nua, pela capacidade que as palavras têm em dizer do que passa nas emoções e sentimentos.
Jiboia, de Cecília Garcia | Ed. Aboio
Não abra este livro querendo contos óbvios, com finais esperados. Tudo é um pouco surreal, visões que geralmente não vemos em histórias ficcionais. Por exemplo, uma ladeira menstruada e sem calcinha. Já pensou nisso? “Quando sonho é com violência?” o que isso significa. Para além de contar coisas e trazer elementos criativos, a obra também é um convite à imaginação, a sair do piloto automático. Também é bonito de ler, instigante.