O câncer de mama é o mais comum entre as mulheres no Brasil e no mundo, ficando atrás apenas do de pele não melanoma. O Instituto Nacional de Câncer prevê a o surgimento de quase 60 mil casos novos da doença no País até o fim de 2018 e mais de 18 mil mulheres morrerão por causa da doença neste ano, segundo a Agência Internacional para Pesquisa em Câncer.
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No começo do mês, na abertura do World Cancer Congress 2018, na Malásia, o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, Tendros Adhanon, fez uma provocação aos participantes, questionando qual era a motivação de cada pessoa envolvida na prevenção, no diagnóstico e no tratamento do câncer. “É papel de toda a sociedade buscar informação e educação sobre as questões de saúde, vigiar para que leis sejam cumpridas e responsabilidades cobradas”, diz o oncologista Fernando Maluf, um dos fundadores do Instituto Vencer o Câncer.
A estratégia de controle da doença indica a realização do exame clínico anual das mamas em mulheres de 40 a 49 anos. Segundo as diretrizes do ministério da Saúde, os médicos devem recomendar a mamografia de rastreamento para mulheres entre 50 e 69 anos, para o diagnóstico precoce de possíveis casos da doença. “A cura nos tumores iniciais de mama é bastante alta e estamos melhorando muito no tratamento do câncer de mama avançado”, diz o oncologista Antonio Buzaid, do Instituto Vencer o Câncer.
É papel de toda a sociedade buscar informação e educação sobre as questões de saúde, vigiar para que leis sejam cumpridas e responsabilidades cobradas
Fernando Maluf, oncologista
Conhecer o que há de novo sobre a doença ajuda pacientes e médicos a buscarem melhores soluções para cada caso. Entre os avanços, Buzaid destaca os inibidores hormonais – que aumentam a eficácia da hormonioterapia – e as assinaturas genéticas que, segundo o médico, mudam o modo como o câncer é tratado, permitindo reduzir o uso de quimioterapia nos tratamentos.
Ele cita o estudo TAILORx, que demonstrou que para o tipo mais comum de câncer de mama em estágio inicial, a quimioterapia não é necessária depois da cirurgia. Com um exame genético os médicos podem avaliar a possibilidade de tratar a paciente com terapia hormonal, que apresenta menos efeitos colaterais. Segundo o estudo, apresentado em junho no Congresso Americano de Oncologia, a quimioterapia pode ser evitada em cerca de 70% dos casos, considerando uma análise de 21 genes do tumor.
A cura nos tumores de mama iniciais é bastante alta e estamos melhorando muito o tratamento do câncer de mama avançado
Antonio Buzaid, oncologista
CINCO COISAS QUE VOCÊ PRECISA SABER SOBRE O CÂNCER DE MAMA
DIAGNÓSTICO PRECOCE
Faça o autoexame sempre que se sentir confortável (no banho, por exemplo) e fique atenta ao aparecimento de caroços endurecidos que não somem e também não causam dor. Se a pele da mama ficar avermelhada ou retraída — igual a uma casca de laranja — procure um médico. Saída espontânea de líquidos também é um alerta. Visite o ginecologista regularmente.
MAMOGRAFIA
O ideal é fazer o exame a partir dos 40 anos. Para mulheres com histórico familiar e defeitos nos genes BRCA1 e BRCA2, a indicação começa entre 30 e 35 anos, dependendo da análise de um oncologista. Em alguns casos a mamografia pode ser recomendada até mais cedo. O ultrassom não substitui a mamografia, mas pode ser um exame complementar.
ALIMENTAÇÃO E EXERCÍCIOS
Estima-se que por meio da alimentação e da atividade física seja possível reduzir em até 28% o risco de a mulher desenvolver câncer de mama, diz o Instituto Nacional do Câncer. Tente colocar os exercícios em sua rotina (30 minutos diários de caminhada são uma boa opção).
CISTO NÃO É CÂNCER
Na grande maioria dos casos, o cisto mamário é uma lesão benigna que consiste (um acúmulo de líquido sem maior significado dentro da mama). A pequena bolha de água pode ser esvaziada com uma agulha. Se houver uma parte sólida crescendo dentro dessa bolha, o que não costuma ocorrer com frequência, é preciso investigar.
METÁSTASE NÃO É O FIM
O câncer de mama metastástico (aquele que se espalhou para outras partes do corpo) não precisa ser encarado como um diagnóstico de morte. Os avanços da ciência e da medicina nos últimos anos são significativos – é possível aumentar muito a sobrevida das pacientes e reduzir efeitos adversos.
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