As startups chegam ao segmento imobiliário com soluções para refrescar os modelos antigos de compra, venda e locação de imóveis. Apesar de o movimento ser considerado recente, já há empresas de base tecnológica candidatas ao status de unicórnio – que valem mais de US$ 1 bilhão –, a exemplo de QuintoAndar e VivaReal, após fusão com Zap Imóveis.
Quando o assunto é compra e venda, a norte-americana Opendoor inspirou empresas brasileiras, como a Keycash e a Loft. Ambas trouxeram do modelo de negócio dos Estados Unidos a combinação de uso de plataforma digital, inteligência de dados e mão de obra especializada para encontrar os melhores imóveis, estabelecer preços, investir em reformas (se necessário) e colocá-los para vender, trazendo dinamismo e liquidez ao mercado de usados.
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Baseada na busca de giro rápido, a Keycash faz uma triagem de imóveis cadastrados pelos proprietários em sua plataforma, analisa a chamada precificação e faz uma oferta. Depois, a equipe visita o imóvel e, se o negócio for concluído, a Keycash paga o valor à vista. Dessa forma, a empresa inova ao resolver o problema do imóvel parado – em vez de o proprietário levar dois anos tentando vender um apartamento por R$ 1 milhão, por exemplo, ele pode sofrer uma perda de cerca de 20% ao vender para a startup, mas investir o dinheiro já à mão.
Em situações em que o imóvel precisa de reforma, o local recebe reparos e depois é colocado à venda por meio de imobiliárias, com o suporte online da empresa. “Não temos dúvida de que a relação de compra e venda de imóvel no Brasil está mudando”, diz Clarissa Vieira, uma das sócias da Keycash. Segundo ela, a intenção é atingir 3% do mercado imobiliário brasileiro nos próximos cinco anos. A mesma receita de bolo é adotada pela Loft.
Com reportagem de Júlia Zillig, especial para o Estado