Ninguém compra um aparelho por uma tela melhor; é a qualidade das fotos que faz a diferença. Leia na análise de Pedro Doria, colunista do Link
O leitor provavelmente já percebeu. Smartphones são, na verdade, câmeras. É o fator decisivo no momento de escolher. Um bom celular e um de ponta não variam muito na hora de encontrar um canto pelo Waze, enviar um WhatsApp ou consultar a Wikipedia via browser. Ninguém compra um aparelho por uma tela muito melhor. É a câmera que faz a diferença. Nas últimas semanas, venho experimentando o iPhone 11 Pro. Ele representa um salto importante da Apple em inteligência artificial nas câmeras.
A foto não é o que a lente vê: ao clicar, inúmeras imagens são capturadas e o conjunto é interpretado pela inteligência artificial que nos entrega a melhor de todas
ANDROID
Há pelo menos outras três câmeras excepcionais no mercado. A do popular Samsung Galaxy S10, a do Huawei P30 Pro e a do Google Pixel 4. O último, infelizmente, só é possível adquirir no Brasil pelo mercado cinza. Os outros estão nas lojas e recebem descontos nos preços pelos pontos das operadoras. Ninguém sai infeliz com qualquer um deles.
Se há algo que o Google faz particularmente bem é armazenar e processar quantidades maciças de dados. Está em sua origem, que é a busca. Os dados em grandes quantidades (big data) dependem de aprendizado de máquina — o que chamamos de inteligência artificial. Foi o investimento em anos de refinamento do sistema de busca por imagens que promoveu a capacidade, primeiro, de reconhecimento do que está nas fotos e, depois, do software de câmera por trás do Pixel.
No ano passado, a maior parte dos sites especializados escolheu o Pixel 3 como a melhor câmera do ano. Com uma única lente, o aparelho produzia melhores resultados do que qualquer outro. O que fazia toda a diferença era a aplicação de inteligência artificial na imagem captada pela câmera.
APPLE
As forças da Apple estão noutros cantos que, ao final, podem ser resumidos em capricho. A integração entre software e hardware faz máquinas que raramente dão problemas e são sempre muito fáceis de usar. Os cuidados na seleção da App Store fazem com que os aplicativos para iPhone sejam sempre mais bem-acabados do que os encontrados na Play Store do Android. É das coisas que saltam aos olhos para quem usa as duas plataformas.
Muitos resenhistas estão elegendo neste ano o iPhone 11 Pro em detrimento do Pixel 4 para fotografias. O motivo seria óbvio: o aparelho tem três câmeras, uma delas é a supergrande-angular que permite capturar um cenário vasto. Mas não é apenas isso. No ano passado, os três Androids de ponta tiravam melhores fotografias noturnas do que o iPhone. Este novo pareou. Ou seja, a Apple chegou ao mesmo nível de processamento por inteligência artificial. E foi além com uma tecnologia que a companhia batizou de Deep Fusion. É o aparelho com melhores resultados no lusco-fusco, na penumbra, quando não é noite, mas a luz é baixa.
A Apple ter batido o Google em sua especialidade vai tornar a competição para os modelos do ano que vem mais interessante. Cada vez mais, o conceito de fotografia muda. Não é o resultado do que a lente vê: quando clicamos, inúmeras imagens são capturadas em condições distintas, o conjunto é interpretado pela inteligência digital que nos entrega o que chamamos foto. Fotos tiramos o dia todo.
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