Serviços digitais gratuitos em troca de dados devem estar com os dias contados. Não há mesmo almoço grátis
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O QUE VOCÊ PRECISA SABER
- Coletar grandes volumes de dados é uma poderosa ferramenta para turbinar algoritmos e gerar imensas fontes de receita
- Nos anos 20, a promessa é de que exista maior controle sobre isso
- O impacto de legislações de proteção de dados pessoais, como a GDPR, na União Europeia em 2018, e a LGPD, no Brasil em 2020, será sentido também em termos culturais
“As pessoas vão notar que elas não querem ser um produto”
Dmitry Bestuzhev, diretor de pesquisa e análise global da empresa de segurança online Kaspersky na América Latina
- Surgirão alternativas pagas de aplicativos e programas
- A ideia de serviços digitais que são gratuitos em troca dos dados deverá ser questionada. Não existe mesmo almoço grátis
“Assim como há pessoas que sabem que não devem comer fast-food e mesmo assim o fazem, haverá aqueles que não se importarão com o destino dos seus dados”
Dmitry Bestuzhev, da empresa de segurança Kaspersky
- As medidas de contra-ataque e de cibersegurança ficarão mais eficientes com o uso de inteligência artificial (IA)
- Com a IA, o trabalho é automatizado e transforma-se em preditivo, com o algoritmo sabendo priorizar os diferentes níveis de ameaças aos sistemas.
- Dentro de alguns anos, a tendência é que a IA identifique sozinha desvios no comportamento dos usuários, alertando o analista, que deverá checar se aquele incidente é danoso ou não
“As empresas terão que se mobilizar para evitar ataques e vazamentos, porque os riscos tecnológicos são imensos”
Yanis Stoyannis, gerente de inovação de cibersegurança da Embratel
- Outra novidade são os EDR, tecnologia que permite detectar ameaças e dar uma resposta rapidamente, como isolar uma máquina para que o resto do sistema não se contamine com um vírus, por exemplo
“Há diversos mercados de dados na dark web onde são vendidas informações de grandes empresas que foram hackeadas. Por causa disso, práticas como extorsão tendem a se popularizar mais a partir dessas brechas de segurança”
Yanis Stoyannis, da Embratel
- Governos não ficarão de fora e vão apostar na “soberania digital”, diz Carlos Affonso de Souza, diretor do Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio de Janeiro (ITS-Rio)
- Para Souza, o caso do TikTok, sob risco de ser banido nos Estados Unidos por um suposto uso dos dados pelo governo da China, foi um evento preparatório para os próximos anos
“A soberania nacional começa com a proteção de dados. É o país dizendo: ‘não quero que os dados do meu cidadão fiquem na Califórnia ou na China porque esses dados geram inteligência fora do meu país’. Se os dados forem tratados pelas empresas, que eles sejam tratados no Brasil, por exemplo, e que se crie uma indústria ou laboratório aqui para que sejam hospedados no respectivo país”
Carlos Affonso de Souza, diretor do Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio de Janeiro (ITS-Rio)
Com reportagem de Guilherme Guerra