Moradores do Itaim Paulista, zona leste de São Paulo, os funkeiros David Vinicius e Lucas Frazão, de estilo mandrake, dividem a casa e a vida. O casal se conheceu no Facebook, está junto há seis anos e compartilha o dia a dia com mais de 640 mil seguidores no TikTok e 377 mil no YouTube.
Mandrake é um estilo que nasceu nas periferias de São Paulo com um tipo de roupa muito particular. O termo traduzido do inglês para o português significa mandrágora, uma planta que produz efeitos alucinógenos e afrodisíacos. No funk, se refere a pessoas estilosas que misturam no visual elementos como óculos Oakley, roupas esportivas, camisetas de times, marcas ou símbolos de palhaço, tatuagens e um risquinho na sobrancelha. Os homens costumam aplicar nos cabelos um efeito degradê e cortes diferenciados. Adeptos do mandrake, David descolore os cabelos e a barba e Lucas tem um topete que chama a atenção pelas ondas. “O nosso estilo quando a gente postava as fotos sempre chamava atenção, sabe? Isso ajudou a gente”, diz David.
Depois que as primeiras fotos viralizaram, eles decidiram filmar seus passinhos. Foi assim que viraram influenciadores e começaram a se manter com o trabalho e a audiência construída nas redes sociais.
As roupas, o corte de cabelo e as tatuagens se parecem. No YouTube, publicam vídeos dançando funk, brincadeiras, o cotidiano e as conquistas. Os vídeos em sua maioria têm pouca edição e exibem uma rotina de carinho e a vida na comunidade.
Ambos saem para curtir shows, viagens e bailes funks, mas preferem os que são mais próximos, como o do Baile do Jardim Campos que fica dentro da própria comunidade. “Já encostamos em muitos roles como o baile da Dz17, Lipa, Marcone, mas hoje em dia a gente procura os fluxos perto de casa”, diz David.
O trabalho que David e Lucas fazem nas redes sociais permitiu que juntos eles comprassem um carro e construíssem a casa própria. “É a casa em que a gente vai viver até ficar velhinhos”, comenta Lucas em um dos vídeos. Aos 22 e 25 anos, respectivamente, eles batalham por uma vida confortável. Têm foco. “Os amigos chamavam a gente para sair e dizíamos que estávamos sem dinheiro. Usávamos o que tínhamos para construir nossa casa”, explica Lucas.
CAPA DA EDIÇÃO IMPRESSA DO EXPRESSO NA PERIFA
CLIQUE PARA FAZER O DOWNLOAD DA ÍNTEGRA EM PDF
