Criado pela Prefeitura de São Paulo em 2019, o programa TEIA completou seis anos no dia 22 de maio, somando mais de 207 mil acessos desde o lançamento. A iniciativa oferece 22 espaços colaborativos distribuídos por todas as regiões da cidade.
Os locais contam com estações de trabalho, computadores, internet sem fio e salas de reunião, além de uma programação mensal com cursos, oficinas, palestras e encontros de networking. A gestão é da Agência São Paulo de Desenvolvimento, a ADE SAMPA, ligada à Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Trabalho.
Desde a primeira unidade, no bairro de Taipas, inaugurada em 22 de maio de 2019, o programa tem ampliado o acesso a infraestrutura e capacitação para pequenos empreendedores. Só no TEIA Taipas, foram mais de 32 mil acessos e 400 atividades gratuitas realizadas entre janeiro de 2024 e abril deste ano, com temas que vão de marketing e vendas a finanças, beleza e tecnologia.
Sampa Cast
O TEIA também passou a incorporar novos formatos de atuação. Um dos destaques é o Sampa Cast, estúdio gratuito de podcast e videocast que funciona em cinco unidades: Heliópolis, Lapa, Vergueiro, São Miguel Paulista e Green Sampa. Os espaços têm estrutura e equipe técnica para apoiar a produção de conteúdo audiovisual, ampliando a presença digital dos usuários.
Atualmente, o programa mantém unidades na seguintes regiões:
Zona Norte
Jaçanã
Perus
Taipas
Parque Novo Mundo
Pinheirinho D’Água
Cachoeirinha
Centro-oeste
Butantã
Centro
Pinheiros
Jardim Edite
Lapa
Vergueiro
Leste
Cidade Tiradentes
Itaquera
São Miguel Paulista
Vila Curuçá
Sul
Interlagos
Santo Amaro
Parelheiros
Três Lagos
Grajaú
Heliópolis
O uso dos espaços exige agendamento prévio pelo site da ADE SAMPA. Mais informações estão disponíveis no site da agência.
A rede de coworkings Teia, da Ade Sampa, agência da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Trabalho, oferece espaços e atividades de capacitação gratuitas para empreendedores que desejam expandir seus negócios. Em abril, diversas atividades serão realizadas em diferentes unidades.
As 22 unidades do Teia disponibilizam estrutura gratuita e contam com técnicos especializados da Ade Sampa para auxiliar os empreendedores. Com cursos, palestras, oficinas e encontros de networking, os espaços visam promover o crescimento e desenvolvimento dos negócios locais.
Programação
Teia Itaquera (zona leste)
01 de abril: Oficina “Assessoria de Empreendedorismo Para Mulheres” (08h30 às 11h e 14h às 16h30).
07 de abril: Oficina “Como Anunciar Sua Empresa Nas Redes Sociais” (13h30 às 15h) – inscrições até 06/04.
08 de abril: Oficina “Assessoria de Empreendedorismo Para Mulheres” (08h30 às 11h e 14h às 16h30).
10 de abril: Roda da Clareza “Encontre Harmonia Entre Negócios e Vida Pessoal” (14h às 15h30) – inscrições até 09/04.
Café de Networking (15h30 às 17h).
15 de abril: Oficina “Cuidador de Idosos – Empreenda na profissão que mais cresce no Brasil” (09h às 12h) – inscrições até 14/04.
22 de abril: Oficina “Assessoria de Empreendedorismo Para Mulheres” (08h30 às 11h e 14h às 16h30).
23 de abril: Oficina “Crochê para Todos” (09h às 11h) – inscrições até 22/04.
Oficina “Colar Sustentável com Sementes de Açaí” (14h às 16h) – inscrições até 22/04.
Teia Cachoeirinha (zona norte)
05 de abril: Palestra “Planejamento Organizacional” (14h).
17 de abril: Curso “Aula 1 – Descomplicando o Planejamento Financeiro e a Precificação” (10h).
19 de abril: Curso “Aula 2 – Técnicas de Negociação: Aprimore Sua Oratória e Comunicação Para Vender Mais” (10h).
24 de abril: Curso “Aula 3 – Técnicas de Venda: Como Encantar e Converter Clientes” (10h).
26 de abril: Curso “Aula 4 – Montagem de Vitrine e Exposição de Produtos: O Poder da Primeira Impressão” (10h).
Teia Interlagos (zona sul)
08 de abril: Workshop “Como Ser Mais Produtivo?” (14h às 16h) – inscrições até 07/04.
16 de abril: Oficina “Começando Uma Empresa do Zero” (14h às 16h) – inscrições até 16/04.
29 de abril: Workshop “Neurolinguística e Comunicação Eficaz” (10h às 12h) – inscrições até 28/04.
Teia Butantã (zona oeste)
09 de abril: Workshop “Sabonetes Artesanais” (14h às 16h) – inscrições até 09/04.
16 de abril: Encontro de networking “Jogo do Autoconhecimento – Amplie Seus Horizontes” (14h às 16h).
23 de abril: Oficina “Desenhando Uma Nova Forma de Comunicação” (14h às 16h30) – inscrições até 22/04.
24 de abril: Oficina “Crie Seu TikTok Para Empreender” (14h às 16h) – inscrições até 24/04.
Outras Unidades
As unidades dos Teias Centro, Cidade Tiradentes, Grajaú, Heliópolis, Jaçanã, Lapa, Parelheiros, Perus, Pinheiros, Vergueiro, Santo Amaro, Taipas, São Miguel Paulista, Vila Curuçá e Pinheirinho também contarão com palestras, encontros de networking e cursos disponíveis, com inscrições próximas às datas dos eventos.
Para se inscrever nas atividades, acesse: Ade Sampa.
Lançado em janeiro deste ano, o projeto Meu Trampo é Empreender, da Prefeitura de São Paulo, já certificou 7.699 novos micros e pequenos empreendedores jovens na cidade.
A meta da gestão municipal é capacitar 10 mil jovens que vivem em comunidades em situação de vulnerabilidade social com um curso voltado ao estímulo ao empreendedorismo, à autonomia financeira e ao fortalecimento da autoestima.
Moradora do bairro Vila Clara, na zona sul da capital, Agatha Yasmin Cajé de Souza participou do programa em maio. Aos 16 anos, ela quer ser designer de moda e sonhava, há algum tempo, em ter uma marca própria.
“Eu não fazia ideia de como tirar minha ideia do papel. Depois do curso abri minha loja e em dezembro ela vai fazer cinco meses”, conta.
Entre os conhecimentos mais valiosos que aprendeu na formação, ela cita marketing e como estruturar um negócio. “O que foi mais importante para mim foi a parte da precificação, porque eu não entendia nada. Na última semana eu conheci outras pessoas que já tinham lojas, eu era a mais nova e pude aprender com elas”, diz Agatha.
No início da vida de empreendedora, ela se deparou com o desafio de conciliar a loja on-line com os estudos, mas, aos poucos, encontrou tempo para tudo. Escolheu começar com a revenda de produtos, para conhecer melhor a área. O sonho, agora, é ingressar em uma faculdade para cursar Design de Moda e começar a vender suas criações.
Parceria
A iniciativa, da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania (SMDHC) em parceria com o Instituto Besouro de Fomento Social e Pesquisa, aplica uma metodologia de 11 etapas desenvolvida pelo instituto. Depois de ser estimulado a pensar no que gosta de fazer e cogitar atividades que possa exercer como empreendedor, o jovem escolhe até três ideias possíveis ideias de negócio.
Apenas uma das três ideias é escolhida para a próxima etapa. Com base nela, o aluno monta o seu plano de negócio e cria uma marca para identificar seu empreendimento.
Então, aprende a realizar pesquisa de mercado, segmentação de público-alvo, divulgação e projeção de vendas, assim como define datas e ações a serem colocadas em prática.
Como participar
Com aulas sobre criação de marca, desenvolvimento do produto, levantamento de custos e conceitos financeiros, a ideia é que os alunos tenham um plano de negócios estruturado ao fim do curso. São cinco encontros, ministrados em equipamentos públicos da cidade e, por 90 dias após o término das aulas, eles contam com o apoio de consultores especializados em negócios.
Cada turma tem 30 vagas e as inscrições são feitas pelo site do projeto. As turmas se formam conforme a demanda e os formandos recebem certificados. Para participar do Meu Trampo é Empreender, inscreva-se aqui.
Ao fim das aulas do Meu Trampo é Empreender, os estudantes contam com o apoio de consultores especializados em negócios por 90 dias, que os orientam no sentido de colocar em prática os ensinamentos e transformar o novo negócio em uma fonte de renda.
Um diagnóstico realizado neste ano pela Subsecretaria de Estatísticas e Estudos do Trabalho, do Ministério do Trabalho e Emprego revelou que os jovens de 14 a 24 anos são 5,2 milhões do total de 9,4 desempregados — o que corresponde a 55% das pessoas nessa situação no País.
Foi pelas redes sociais que Rosiane Aparecida Ramos, de 52 anos, soube do programa Cozinha Escola, cujo objetivo é qualificar mão de obra de pessoas da periferia no ramo da gastronomia para geração de renda.
“Mas, infelizmente, não havia aulas na zona sul na época, só na zona leste. Deixei um comentário no post pedindo informação sobre cursos em outras regiões”, lembra. O pedido de Rosiane foi atendido.
Depois, novamente pelas redes sociais, leu que haveria um curso do Cozinha Escola no CEU Campo Limpo, perto de sua casa, no Jardim Mitsutani. Ela se inscreveu na hora.
A primeira oficina que assistiu foi sobre como fazer feijoada tradicional e vegana. Depois seguiu para o curso de cozinha básica, auxiliar de cozinha, de petiscos, como coxinha, bolinho de bacalhau, croquete e de tortas.
“Com a minha idade, não é fácil conseguir emprego fixo. Então, eu sabia que teria de partir para o empreendedorismo”, afirma.
Com formação em gestão empresarial, Rosiane estava desempregada havia dez anos. Para ajudar nas contas de casa fazia salgados e bolos para vender, mas sentia que faltava base de conhecimento que lhe desse segurança e praticidade na cozinha para seguir no ramo.
“Foi mágico”, lembra da sensação logo após terminar o primeiro curso em 2022. “Você recebe informações sobre produtos e insumos; aprende técnicas de preparo e combinações de ingredientes que trazem resultados mais saborosos. As aulas me deram embasamento e confiança para fazer as receitas e vendê-las”, diz.
Foto: L. Santana/Especial para o Estadão
Rosilícias
Além do dia a dia da cozinha, nos cursos, Rosiane criou sua marca, a Rosilícias, e aprendeu como determinar seu público-alvo e vender. “Tive lições de marketing e empreendedorismo que me ensinaram como atender e apresentar o que faço.”
Hoje, Rosiane atende regiões como Morumbi e Moema, vendendo tortas, quiches e bolos, além do Jardim Mitsutani, onde faz parcerias com comerciantes locais. “Vendo para barzinhos salgadinhos congelados ou fritos na hora.”
Para conquistar novos clientes, participa de feiras e eventos. Os principais canais de atendimento e atração, porém, são as redes sociais, Instagram e Facebook. “Mas você me encontra no Google”, alerta.
O Cozinha Escola foi criado em 2019 pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Trabalho e executado pela Fundação Paulistana de Educação, Tecnologia e Cultura.
Desde 2017 existem políticas voltadas à capacitação gastronômica que foram incorporadas pelo projeto. Já foram oferecidas 34,5 mil formações. No site da Prefeituravocê encontra mais informações e o calendário de cursos.
Foi entregue pela Prefeitura no último dia 20 a primeira etapa da requalificação dos baixos do Viaduto da Lapa. As paredes escuras e pichadas foram pintadas de branco e ganharam molduras coloridas no acesso ao corredor que liga a linha 8 (Diamante) da CPTM ao terminal de ônibus.
O empreendedor Claudio Joaquim de Lima era dos vendedores informais que trabalhavam no local. “Eu ficava aqui neste espaço, só que era no chão, tinha muito rato e sujeira”, disse.
Com novas instalações elétricas e hidráulicas e um projeto de iluminação, a via recebeu 52 lojas, com 5m² a 10m², que vão oferecer serviços de alimentação, moda e de conveniência.
Alguns dos locatários são ambulantes que atuavam na região e que receberam apoio do concessionário para se qualificar e se formalizar. Outra mudança é o mobiliário urbano – bancos e mesas – disposto em volta das árvores já existentes que servirá de área de lazer.
Foto: Edson Lopes Jr./Prefeitura SP/Divulgação
Investimento
Segundo a Prefeitura, o empreendimento contará com iniciativas como a política de lixo zero, ou seja, reaproveitamento de todos os resíduos, Wi-Fi gratuito e câmeras de segurança integradas ao sistema de monitoramento público. O investimento previsto até o final do ano é de mais de R$ 8 milhões.
A segunda etapa da requalificação, na Praça Miguel Dell’Erba (que dá acesso à estação Lapa da linha 8 da CPTM) e áreas no entorno do viaduto, já começou e deve ser entregue até dezembro, de acordo com a administração municipal.
Na praça está prevista, por exemplo, a criação de uma arena para eventos ao ar livre, como apresentações culturais e feiras.
A concessão inclui, também, a área do outro lado da linha do trem, a parte norte do baixo do Viaduto da Lapa, com obras em andamento, e a Toca da Onça, passagem subterrânea que liga a Lapa de Baixo ao comércio local, ao terminal de ônibus e à estação de trem e que recebeu nova pintura, aplicação de verniz antipichação e outras melhorias.
O Consórcio Viva a Lapa assumirá a zeladoria da região pelos próximos dez anos, incluindo limpeza, jardinagem e vigilância de uma área de quase 11 mil m², bem como a realização de atividades gratuitas para a comunidade e a disponibilização de mais lojass para pequenos e médios comerciantes da região.
Em 2015, Ilza Carvalho, de 58 anos, foi demitida do cargo de gerente de um banco. O fim de uma carreira de 35 anos, no entanto, lhe abriu as portas para um outro ofício, uma jornada que começou com a decisão de pintar a imagem de gesso de São Jorge para presentear o filho. Isso foi em 2016. Desde então, a ex-bancária se reconhece como artesã.
Se no começo Ilza restringia o alcance do trabalho a parentes e amigos, com a participação no programa Mãos e Mentes Paulistanas, da Prefeitura de São Paulo, ela ampliou a visão de negócio.
Além do ateliê na sua casa, mantém com 15 mulheres credenciadas pelo programa uma loja para exposição e venda dos produtos artesanais em um shopping, no Tatuapé, na zona leste.
Pelo Mãos e Mentes Paulistanas, ela frequentou feiras de artesanato e cursos e conheceu colegas do ramo. “Foi um divisor de água na minha vida”, afirma.
De janeiro a julho, o Mãos e Mentes Paulistanas ganhou 833 participantes e atingiu a marca de 5 mil pessoas credenciadas. A iniciativa, vinculada à Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Trabalho (Smdet), foi instituída em 2019 para impulsionar o setor de artesanato e de manualidades na cidade a partir de ações como cursos, oficinas, feiras e exposições.
Entre os eixos de atuação, estão a qualificação, a acessibilidade ao capital e o acesso e a promoção ao mercado.
Segundo a Prefeitura, o programa já promoveu mais de 300 feiras e participou de eventos do segmento, por exemplo, a Mega Artesanal e o Salão do Artesanato. Além disso, conta com três quiosques e uma loja fixa localizados em centros comerciais da cidade para expor os produtos dos participantes.
Este ano os artesãos já venderam mais de R$ 150 mil nas feiras e nos espaços fixos do programa, informou a Smdet. Desde 2022, as vendas somam R$ 800 mil.
Curso
O Mãos e Mentes Paulistanas também visa ao desenvolvimento de habilidades e competências empreendedoras. Nesse sentido, oferta um curso gratuito que trabalha com vendas online, precificação, elaboração de plano de negócio, desenvolvimento de coleção, gestão financeira, planejamento de futuro, controle de produção, formalização e parcerias.
Com 30 horas de duração, a capacitação é realizada em ambiente virtual e dispõe de monitores para auxiliar os alunos a usar a tecnologia. Mais de 2 mil pessoas concluíram o curso voltado para a gestão e o empreendedorismo. São abertas por ano, ao menos, três turmas. As inscrições são divulgadas no site e no perfil do Instagram da secretaria.
Como aderir
O interessado deve ter 16 anos, residência fixa ou ateliê na Capital, com atuação no setor de artesanato e de manualidades. Pode ser pessoa física ou jurídica nas modalidades de Microempreendedor Individual, Empresário Individual e Empresa Individual de Responsabilidade Limitada.
Em caso de produção para uso dermatológico, como perfumes e sabonetes, é preciso acrescentar licença ou documentação específica que ateste a segurança do produto.
O cadastro deve ser feito por este formulário digital. Além do preenchimento das informações, a pessoa deve anexar o RG, CPF e comprovante de residência. O procedimento também busca conhecer o grau de maturidade do empreendimento e desenvolver políticas públicas de acordo com as necessidades do setor.
ONDE
Loja Mãos e Mentes Paulistanas – Shopping Center 3
Av. Paulista, 2064 – Cerqueira César
Segunda-feira a sábado, das 10h às 22h – Domingos e feriados, das 14h às 20h
Quiosque no Mercadão das Flores
Rua Hayden, 105 – Vila Leopoldina
Quinta-feira a sábado, das 9h às 17h
Quiosque – Shopping Center Norte
Av. Casalbuono, 120 – Vila Guilherme
Segunda-feira a sábado, das 10h às 22h – Domingo e feriado, das 14h às 20h
Quiosque – Shopping Metrô Itaquera
Av. José Pinheiro Borges – Itaquera
Segunda-feira a sábado, das 10h às 22h – Domingos e feriados das 14h às 20h
O programa Green Sampa, uma iniciativa da Prefeitura de São Paulo, está impulsionando o desenvolvimento de startups com soluções voltadas para tecnologias verdes e socioambientais. Desde sua criação em 2019, a iniciativa oferece suporte financeiro, mentorias especializadas e um ambiente de trabalho colaborativo para as empresas participantes.
Um dos empreendedores que se beneficiou do programa é Marcelo Toledo, de 35 anos, que participou em 2022 com o projeto do aplicativo Bom App, focado em soluções para combater o desperdício de alimentos e mitigar a fome.
Pelo Green Sampa, Toledo teve a oportunidade de participar do Web Summit Portugal, uma das principais conferências de tecnologia da Europa. “O programa nos proporcionou uma vitrine. Tivemos visibilidade no evento, o que nos permitiu fazer contatos”, comenta Toledo.
Durante as sessões de mentoria, Toledo diz ter percebido a necessidade de mudar completamente seu projeto. “Compreendemos que o projeto inicial não seria rentável no curto prazo, pois exigia uma mudança de comportamento do consumidor”, explica.
No Green Sampa, o empresário criou a Ecolog, uma nova empresa que aproveita a tecnologia desenvolvida no projeto inicial para ajudar grandes eventos a reduzir seu impacto ambiental, conectando-os a iniciativas sustentáveis. “Passar pelo Green Sampa confere legitimidade ao empreendedor para buscar recursos para o seu negócio”, ressalta.
Espaço, mentorias e investimento
Nas edições 3 e 4, realizadas em 2021/2022 e 2022/2023, foram selecionadas 30 startups em cada turma por meio de chamamento público. Na quarta edição, duas soluções criadas durante os Hackathons Virada ODS 2022 e Ade Sampa – Cidades Inteligentes conquistaram vagas extras.
Para a próxima edição, prevista para abrir as inscrições em agosto, serão disponibilizadas oportunidades para até 24 iniciativas que desenvolvam soluções sustentáveis.
Ao ingressarem no Hub Green Sampa, as empresas têm acesso a conteúdo de capacitação, incluindo oficinas qualificativas, masterclasses e mentorias especializadas. Além disso, há a oportunidade de estabelecer contatos com o poder público e o setor privado, participar de eventos nacionais e internacionais, e realizar rodadas de negócios com grandes empresas do setor.
Sala do Green Sampa – Crédito: Divulgação/Prefeitura SP
Uma das novidades da quinta edição do programa é o aporte financeiro de R$ 42.500 para cada iniciativa selecionada. Esse valor será utilizado conforme as orientações recebidas durante as mentorias.
Localizado na Praça Victor Civita, em Pinheiros, zona oeste de São Paulo, o Hub Green Sampa é uma iniciativa da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo (SMDET), operado pela agência Ade Sampa. O espaço foi reformado e conta com três pavimentos, oferecendo infraestrutura para trabalho, eventos e produção de materiais de áudio.
Promover geração de renda, comércio ético e formar e fortalecer coletivos de artesãs. É o que busca o projeto de empreendedorismo em artes têxteis Linha Mestra, que terá início ainda em abril. As inscrições para os dois primeiros da série de cinco programas podem ser feitas até a próxima segunda-feira, 17, nas secretarias dos CEUs Alvarenga, na zona sul, e Novo Mundo, na zona norte.
A partir de junho, o Linha Mestra chega aos CEUs Perus, Sapopemba e Parelheiros. As inscrições são gratuitas e o material do curso é fornecido pelo próprio projeto. A expectativa é que 150 mulheres recebam a formação de artesãs empreendedoras.
“O projeto Linha Mestra objetiva criar redes de apoio afetivo e econômico entre mulheres das periferias de São Paulo, normalmente responsáveis pelo sustento de seus lares e submetidas a trabalhos precarizados, trajetos longos, violências diversas e solidão”, afirma Maysa Lepique, produtora da Mina Cultural, empresa responsável pelo projeto.
As oficinas ficam por conta do Coletivo Teia de Aranha, que atua em projetos de bordados livres baseados na literatura brasileira, e o módulo de empreendedorismo será ministrado pela especialista em gestão de projetos Vera Santana.
Formação em artes têxteis
Em cada CEU, a formação completa inclui cinco oficinas semanais de artesanato têxtil e quatro oficinas semanais de preparação para o empreendedorismo, comércio ético e solidário. Cada oficina tem três horas de duração.
A série de formações terminará nos meses de novembro e dezembro e contará com exposições abertas ao público em cada um dos CEUs participantes. Haverá mostra dos trabalhos realizados e a criação coletiva de uma grande colcha de retalhos iniciada pelas participantes.
O encerramento do projeto também prevê um webdocumentário com apresentação das novas artesãs, imagens de seus trabalhos e link para plataforma de e-commerce.
Confira as informações sobre as duas primeiras séries de oficinas previstas pelo programa:
CEU Parque Novo Mundo (subprefeitura Vila Maria, zona Norte)
Av. Ernesto Augusto Lopes, 100 – Parque Vila Maria
As inscrições devem ser realizadas na secretaria até o dia 17 de abril. Telefone: 11 96893-1442
Aulas às segundas- feiras, das 9h às 12h, de 17 de abril a 03 de julho.
CEU Alvarenga (subprefeitura Cidade Ademar, zona Sul)
Estrada do Alvarenga, 3752 – Balneário São Francisco
As inscrições devem ser realizadas na secretaria até o dia 17 de abril. Telefone: 11 5672-2500.
Aulas às segundas-feiras, das 15h às 18h, de 17 de abril a 03 de julho.
Inscrições que começam em junho
CEU Perus (subprefeitura Perus, zona norte)
R. Bernardo José de Lorena, s/n – Vila Fanton
As inscrições devem ser realizadas na secretaria até o dia 12 de junho. Telefone: 11 3915-8730
CEU Sapopemba (subprefeitura Sapopemba, zona leste)
Rua Manuel Quirino De Mattos, s/n – Jardim Sapopemba
As inscrições devem ser realizadas na secretaria até o dia 07/08.
Telefone: 11 2075-9100
CEU Parelheiros (subprefeitura Parelheiros, zona sul)
Rua José Pedro de Borba, 20 – Jardim Novo Parelheiros
As inscrições devem ser realizadas na secretaria até o dia 07/08
Telefone: 11 5926-6900
Inquieta com a dificuldade de moradores do Grajaú, na zona de sul de São Paulo, de recolocação no mercado de trabalho, Barbara Terra criou em 2016 a Rede Nóis por Nóis para estimular negócios, a potencialidade e a criatividade na sua comunidade.
A rede promove encontros acerca de temas como emancipação financeira, gestão e orientação de carreira. Além da economia criativa, busca melhorar a autoestima a partir do reconhecimento profissional. “É um lugar em que a gente se inspira, se fortalece”, destaca Barbara, articuladora e produtora de cultura preta e periférica.
É o caso de Ingrid Cristina dos Santos, de 31 anos. Com as vendas dos docinhos que fazia com a mãe em queda, em virtude da pandemia de Covid-19, ela largou o negócio e ficou sem emprego. Foi quando ingressou nas atividades da Nóis por Nóis. “Me senti acolhida”, diz.
A Nóis por Nóis já alcançou 5 mil pessoas. Aberto à comunidade, o projeto teve maior adesão de mulheres negras ao longo dos anos. Entre capacitações, rodas de conversa, oficinas e eventos culturais, são realizadas 45 atividades por ano, em média.
Sede da rede, a Sankofa Hub é um espaço utilizado para promoção de eventos, como lançamento de livros, exposição e venda de produtos dos integrantes, como bonés e canecas. Em reforma, a unidade, equipada com cozinha, estúdio para gravação de podcast e videocast, sala de reunião e espaço de integração comunitária, deve reabrir em maio deste ano.
Sankofa é um termo que faz referência a um símbolo africano de um pássaro com a cabeça voltada para trás e um ovo entre os bicos. “Essa simbologia nos dá o entendimento de que o passado precisa ser honrado para que a gente consiga fazer as nossas atividades no presente e construir o futuro desejado”, explica Barbara.
ONDE
Sankofa Hub
Rua São José do Rio Preto,749, BNH, Grajaú (zona sul)
A costura deu a Camila a chance de não apenas criar as próprias roupas, mas de desenvolver seu negócio. Para Veronika, mostrou um caminho a seguir e agora ela fortalece a comunidade trans ajudando outras mulheres a alinhavar novas trajetórias. E Jaqueline aprendeu a conciliar o gosto pela costura com o trabalho. Em comum, elas têm no currículo a participação em projetos desenvolvidos em São Paulo que incentivam o empreendedorismo por meio da costura.
Em Paraisópolis, na zona sul, Camila Prado, de 32 anos, procurou o Costurando Sonhos para aprender a fazer roupas alinhadas ao seu estilo, como forma de driblar os preços das lojas e também as dificuldades de encontrar peças do seu agrado. O curso superou as expectativas. Hoje ela mantém um empreendimento de produção de roupas e bolsas na própria casa. “A costura me ajuda psicologicamente. Quando costuro, esqueço do mundo. É uma terapia”, diz.
Em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), o Instituto Costurando Sonhos Brasil, fundado por Suéli Feio e Maria Nilde, oferta cursos em máquina reta e overloque à população de Paraisópolis.
No início, em 2017, a atividade se restringia a mulheres, sobretudo àquelas em situação de vulnerabilidade social e violência. Hoje não há restrição de gêneros. Uma turma é aberta a cada dois meses, com 20 vagas e duração de 160 horas. Ao final das aulas, o participante pode receber uma bolsa remunerada de R$ 600 para estagiar por 20 horas semanais, durante três meses, na empresa Construindo Sonhos Brasil, produtora de vestuários, ecobags e acessórios.
No Teatro de Contêiner Mungunzá, no centro de São Paulo, o coletivo Tem Sentimento oferece cursos de costura e crochê a 20 mulheres cisgêneros e transgêneros da região da Cracolândia. “O nosso intuito é prepará-las para o mercado de trabalho”, afirma Carmen Lopes, fundadora.
Segundo Carmem, cerca de 50 pessoas já participaram, de segunda a sexta-feira, das 10h às 17h, com atividades práticas. A produção é vendida em feiras e eventos do ramo na Capital.
O dinheiro arrecadado, diz a fundadora, é utilizado para manutenção do projeto e pagamento mensal de bolsa de R$ 550 a cada integrante. Com a ajuda de parceiros, o coletivo também faz acompanhamento semanal das participantes com psicólogos.
Veronika Verão dos Santos, de 32 anos, que participou das ações do coletivo, agora ensina outras participantes do Tem Sentimento a costurar. Depois da experiência, a vida dela tomou outra direção, conta. Ela saiu da Cracolândia, alugou uma casa e tem o seu próprio ateliê, onde produz figurinos para artistas, roupas para a comunidade LGBT+ e confecções para pets.
Quanto mais o projeto gerava renda, mais ela reduzia o consumo de drogas, recorda. “Droga não se para. Droga se reduz até chegar à estaca zero”, diz. Foi produzindo e participando do coletivo que Veronika encontrou uma forma para “uma (mulher trans) fortalecer a outra”.
União de Vila Nova
“Sempre tive sonho de empreender, mas tinha medo”, conta a costureira Jaqueline Ramos, de 37 anos. Ao saber do curso CosturAção, da Singer em parceria com a ONG AVRA, viu uma oportunidade para entender de finanças e empreendedorismo e aprender mais sobre costura.
Moradora do União de Vila Nova, na zona leste, Jaqueline foi apresentada à máquina de costura na cooperativa do bairro, onde trabalha há 15 anos. Antes, costurava apenas à mão. Com a capacitação, a costureira se sente apta a calcular os custos do trabalho. “Já tenho noção de como precificar a peça.”
Além de costura, o curso ensina finanças, marketing, gestão e vendas, e está aberto à comunidade. A primeira turma terminou no final do ano passado. A próxima deve ser aberta em julho. Neste primeiro semestre, as participantes estão recebendo o acompanhamento de uma profissional de corte e costura para orientações dos negócios desenvolvidos por elas.
Onde
Tem Sentimento
Teatro de Contêiner Mungunzá
Rua dos Gusmões, 43 – Santa Ifigênia
Contato: (11) 95971-1943
Costurando Sonhos Brasil
Pavilhão social do G10 Favelas
Rua Itamotinga, 100, Paraisópolis