As corridas geradas por aplicativos são uma viagem sem volta. Se antes os taxistas mostravam-se reticentes ao modelo, agora quase todos trabalham com um app ou mais. A mais recente pesquisa Origem Destino divulgada pelo Metrô, no começo de 2019, aponta que houve um aumento de 414% nas viagens feitas por táxis e carros particulares, crescimento impulsionado pelos aplicativos – a proporção está assim: a cada viagem de táxi, outras três são feitas em veículos particulares.
Todos os dias, na Grande São Paulo, ocorrem 113 mil viagens de táxi (sem aplicativo) e 362 mil via app. Os dados são da pesquisa Origem Destino do Metrô
As plataformas privadas (99 e Cabify), por estratégia de mercado, não divulgam quantos motoristas de táxi estão em seus cadastros. A 99 informa que “conecta mais de 600 mil motoristas (entre taxistas e categoria POP)”. Segundo a empresa, eles transportam 18 milhões de passageiros em mais de 1.600 cidades no Brasil. A Cabify não divulgou números.
Lançado em abril de 2018 pela Prefeitura de São Paulo, o SPTaxi tem registrados em seu cadastro pelo menos 27,7 mil taxistas e 113,5 mil passageiros. A 99 fala que “oferece aos taxistas taxas atrativas e promove eventos e ações de incentivo que resultam em bonificações e consequentemente no aumento da renda”. A SPTaxi não cobra taxas dos motoristas de praça.
Para Creso de Franco Peixoto, professor da Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo da Unicamp e do Centro Universitário da FEI, em São Bernardo do Campo, a evolução tecnológica é inevitável e os taxistas têm de se adaptar. Segundo o professor, o preço muito mais alto em relação aos demais serviços do mesmo modal, como os do Uber e afins, “mostrou que o modelo táxi estava sucumbindo”. Peixoto também afirma que os taxistas ainda estão em um período de adaptação que vai influenciar até a maneira como dirigem. “O celular passou a ser um instrumento de trabalho mais presente. A nova forma de usar pode exigir um tempo para que o motorista se acostume, porque é certo que os celulares ao volante diminuem a atenção”, diz Peixoto. (Mário Rossit)
SPTAXI
• É o aplicativo oficial de táxi da Prefeitura de São Paulo.
• Por enquanto, não há taxa de inscrição. No futuro será cobrada uma tarifa para a manutenção de equipamentos, infraestrutura e equipe.
• Os passageiros dão notas para os motoristas e o ranking será usado pela Prefeitura para premiar os mais bem ranqueados com prioridades, a exemplo de integrar bolsões em grandes eventos, como jogos de futebol e shows.
• O pagamento é feito ao taxista, em dinheiro, cartão de crédito ou de débito. A máquina de cartão é obrigatória em São Paulo.
• Pode se cadastrar qualquer taxista da cidade de São Paulo que esteja em dia com o alvará e o Cadastro Municipal dos Condutores de Táxi (Condutax).
• Os motoristas podem dar desconto de até 40%.
99
• Emitido para motoristas, o Cartão99 Mastercard permite receber o pagamento na hora e fazer compras de crédito à vista em lojas físicas e virtuais. Também dá para fazer saques.
• O cadastro pode ser feito pelo app ou nas Casas 99.
• Para ser taxista pela 99 são exigidos Carteira Nacional de Habilitação, Renavam de táxi válido, CPF, permissão de taxista e carro com as especificações necessárias.
CABIFY/EASY TÁXI
• A Cabify e a Easy Táxi serão integradas. Atualmente, porém, o processo para táxi ainda é feito pelo app da Easy, só no sistema Android.
• Ao instalar o aplicativo, o motorista preenche dados, fotografa e envia CNH, documentação do veículo, licença do táxi, licença do taxista, foto de rosto (ela será usada no perfil: evite óculos escuros e bonés), comprovante bancário no seu nome (não pode ser conta jurídica) e de residência.
FONTES: PREFEITURA DE SÃO PAULO, 99 E CABIFY
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