Mais de 42 mil crianças e adolescentes da rede municipal de ensino já foram beneficiadas pelo Programa Avança Saúde Escolar Oftalmologia, da Prefeitura de São Paulo, entre novembro de 2023 e maio deste ano.

O número é maior que o total de atendimentos realizados pelo programa anterior, que chegou a mais de 40,4 mil pessoas em seis anos. Naquele período, foram entregues 5,2 mil óculos. Já o atual Programa entregou mais de 8 mil exemplares em seis meses.

Com investimento de R$ 30 milhões, até 2025, a Prefeitura pretende realizar avaliação oftalmológica em estudantes de 562 unidades educacionais da Rede Municipal do Ensino Fundamental. A meta é que todos os estudantes com idade entre 6 e 17 anos matriculados na rede passem pela avaliação até o fim do ano que vem.

O objetivo do programa é melhorar o desempenho escolar e evitar a evasão decorrente de diagnóstico oftalmológico tardio. Até maio, dos 42 mil alunos avaliados nas escolas, 11.231, cerca de 26%, apresentaram alguma alteração visual e precisaram de uma consulta oftalmológica com exames de
superfície ocular, avaliação do fundo do olho, exame de biomicroscopia ocular e exame de refração. Da consulta, 8.118 precisaram de óculos.

Diagnóstico precoce

Muitas vezes o aluno descobre tardiamente a necessidade de usar óculos, o que atrasa seu desenvolvimento escolar e o desestimula a participar das atividades e aprender. Permitir um diagnóstico precoce e assertivo também ajuda a combater a evasão escolar e garantir todas as condições necessárias para o desenvolvimento do estudante.

O atendimento é feito por uma equipe de três auxiliares, um auxiliar de enfermagem e um tecnólogo oftálmico. No dia do atendimento, os estudantes fazem exames para a avaliação da saúde ocular. Os que apresentam patologias são encaminhados para as Unidades Básicas de Saúde, para atendimento
especializado.

Resultado

Os óculos mudaram a rotina em sala de aula de Gabriel Fernandes da Silva dos Santos, de 10 anos, aluno da 5ª série da escola municipal Professora Sylvia Martins Pires, na Vila da Saúde, zona sul de São Paulo.

“Eu tinha que ficar de pé, pertinho da lousa, porque não enxergava as letras. Às vezes, eu atrapalhava o pessoal na hora de copiar as lições, mas o professor ajudava, sempre. Agora, com os óculos, isso acabou e me sinto muito bem.”

Quem também não esconde a felicidade é a mãe do estudante, Vanessa Fernandes da Silva. Em maio, a equipe do Avança Saúde Escolar Oftalmologia foi até a escola de Gabriel, fez os exames e levou as armações para eles escolherem.

A entrega dos óculos com lentes corretivas para longe, segundo ela, ocorreu em menos de um mês. “Ele andava sempre com cabeça baixa, porque o olho doía com a claridade. Hoje mudou tudo, ele anda retinho e ergue a cabeça. Consegue ler até as letras miúdas.”

Vanessa lembra que a coordenadora da escola chegou a telefonar para ela, preocupada não só com o desempenho do aluno, mas também com o esforço e as dificuldades que ele enfrentava na tentativa de aprender.