A Conferência das Nações Unidas sobre mudanças climáticas, a COP 28, mais uma vez reuniu líderes mundiais, empresas e organizações em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. Contudo, em vez de ser um fórum efetivo para mitigar os efeitos das mudanças climáticas, transformou-se em uma feira de greenwashing [prática em que uma organização ou indivíduo tenta transmitir uma imagem ambientalmente responsável ou “verde”, muitas vezes exagerando ou até mesmo falsificando suas ações e políticas ambientais], onde cada participante busca compensar suas ações de exploração e destruição.
Este ano, a maior delegação indígena da história participou ativamente, destacando a emergência indígena vivida no Brasil. Desmatamentos, queimadas, grilagem e assassinatos revelam a crise climática e o racismo ambiental enfrentados pelos povos indígenas. A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) lançou um manifesto, enfatizando que a demarcação de terras é crucial para enfrentar a crise climática.
A participação efetiva dos povos indígenas nos processos de decisão e a oposição à exploração de combustíveis fósseis foram demandas claras. A Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade (ANMIGA) ressaltou o direito das mulheres indígenas ao “bem viver”, destacando a luta contra o racismo ambiental.
Enquanto o governo brasileiro apresentou-se com promessas contraditórias, favorecendo a exploração de petróleo, o mega leilão promovido pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) ameaça 23 terras indígenas. Empresas como Braskem, Petrobras e Vale, apesar de sua presença, não escaparam da crítica da sociedade civil, que não aceita suas tentativas de parecerem “sustentáveis”.
É imperativo que estejamos comprometidos com o meio ambiente e com os povos indígenas do Brasil, rejeitando projetos destrutivos em níveis nacionais e internacionais. O equilíbrio entre a preservação ambiental e os direitos dos povos indígenas não pode ser comprometido em nome de interesses controversos.
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