A cantora que faz show no Auditório Ibirapuera conversou com o repórter Renato Vieira sobre seu novo trabalho, o disco ‘Autêntica’, e sobre a nova música baiana
Como você coloca o ‘Autêntica’ dentro da sua discografia?
Desde 1992 eu venho defendendo essa questão do afro pop brasileiro. Meu disco Kindala (1991) já trazia uma coisa eletrônica. Depois, o Afropopbrasileiro (2001) também traz essa característica. Esse novo disco mostra um pouco do meu momento como artista madura.
Um dos expoentes da nova música baiana é o grupo BaianaSystem. O Roberto Barreto, integrante do grupo, participa da faixa ‘Vento Sã’.
A nova música da Bahia é consequência de uma produção em que a Bahia é pioneira. Ela vem embutida em tudo que já foi produzido na Bahia. Fico muito feliz de ver essa irreverência, a cabeça desses meninos. Temos também a Larissa Luz no disco. São músicos com a cabeça contemporânea, com a cabeça no mundo. A minha relação com os meninos do BaianaSystem está começando agora. Eu os admiro muito. É bom a gente aprender com o novo e poder se reciclar.
O disco tem também uma inédita de Gilberto Gil, ‘Paraguassu’.
Há uns 10 ou 15 anos no festival Percpan cantávamos eu, Daniela (Mercury) e Ivete (Sangalo), e ele (Gil) fez uma música para cada uma. Essa ele fez pra mim. Quando estávamos produzindo o disco, o maestro Alfredo Moura lembrou dela. Paraguassu é uma índia muito importante no processo social da cidade de Salvador. Como a intenção do disco é falar sobre a mulher negra, senti a música muito bem-vinda. Tem a ver também com minhas raízes, minha tataravó era índia.
E o show, como vai ser?
Eu apresento as 13 músicas do disco e algumas que eu já gravei, como Alegria da Cidade e uma que fiz com a Daniela, Oyá por Nós. Tem também uma música da Majur, com essa linguagem afro pop, e Capim Guiné, que gravei com o BaianaSystem.
Margareth Menezes | Auditório Ibirapuera (806 lug.). Pq. Ibirapuera. Av. Pedro Álvares Cabral, s/nº, portão 2, 3629-1075 | Sáb. (9), 21h | R$ 30
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