Cada vez mais tenho valorizado os momentos que passo comigo mesma. Seja em casa ou na rua, nos momentos em que escolho estar sozinha, recarrego minhas energias, reconheço meus potenciais, abraço minhas fraquezas e, simplesmente, aprecio estar comigo.
Entre os passeios que faço questão de fazer sozinha estão visitas a museus e exposições. Observo com calma as obras, leio as descrições, tiro fotos do que mais me chama atenção, escolho o caminho que quero percorrer no local. Depois, decido se vou tomar um café, andar pelas ruas da cidade ou simplesmente ficar sentada num banco vendo a vida acontecer. Desfruto da minha companhia, sinto-me bem por estar sozinha.
Valorizo também os meus momentos sozinha em casa, criando os meus próprios rituais, que me proporcionam uma conexão comigo mesma e um respiro em meio à rotina. Faço as unhas enquanto assisto a uma comédia romântica, ouço podcasts enquanto reproduzo uma receita que vi na internet.
Estar sozinha ganhou um significado positivo com o tempo. Sentir-me só já foi, e às vezes ainda é, motivo de angústia em diferentes situações da vida. Frequentar lugares com predominância de pessoas brancas e com experiências fora da minha realidade já me trouxe a sensação de estar isolada. Também nos momentos em que a ansiedade bate forte e tira a consciência de que tenho pessoas que me amam e me apoiam.
Um período crucial em que experimentei sensações boas e ruins ao estar sozinha foi durante a faculdade de jornalismo. Passava o dia todo fora de casa, entre o estágio e as aulas, e minha companhia na biblioteca, no jantar e no transporte público era basicamente a minha mochila.
Às vezes me sentia mal ao ver grupos de estudantes interagindo e eu sem conseguir me conectar. Ao mesmo tempo, sentia-me viva por ter autonomia e estar traçando o meu próprio caminho, o que também acabava por me dar mais confiança ao conversar com outras pessoas.
Hoje, busco valorizar os encontros que tenho comigo mesma e respeitar meus sentimentos em relação aos momentos de solidão e de companhia.
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